
À rua, à rua
Data 21/12/2010 22:31:28 | Tópico: Poemas
| Alguém, sem saber quem Vai dizendo coisas da razão A cair entre aqui e aquém.
É discurso torneado Sem espigões aguçados Que crava com dizer de agrado, Flores de porte inflamado Nas costas da turba quieta.
É de contorno que nunca diverge Da vontade derreada do indivíduo, Quando feita de lide que submerge Dentro do conteúdo mais incómodo E lá fica sem desmando, Que esse já não surge.
Alguém sem saber quem Diz coisas que ditas assim Casam a probabilidade com a razão E arrojam os pés pelo chão Em marcha de arresto Por terreno pasto, Credor de materno pão.
Entre aqui e aquém, Ali e além, Há protestos sob os cavalos De cascos aos estalos A trepar pelo trote, Sem querer chegar ao galope Ainda morto por sorte, Ainda morto e torpe.
O discurso não desfalece Nem a vontade é o que parece
Valdevinoxis
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