
MEU QUERIDO AMIGO com Marcos Loures
Data 24/12/2010 11:42:02 | Tópico: Duetos
| Pudesse ter nas mãos esta certeza De um dia mais tranquilo, mas a vida A muito se mostrara consumida Nas dores mais terríveis, sem surpresa…
Minha alma da ilusão é mera presa, E quando pouco a pouco dilapida O quanto restaria desta lida Nadando contra a forte correnteza.
Cansado de lutar, inutilmente O todo se afastando e o corpo sente As marcas de um passado sem ter paz.
Olhando para além já nada vejo, Sequer a menor sombra de um desejo, Apenas este mundo vão, mordaz.
Marcos Loures
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Apenas este mundo vão, mordaz? Não creio que tu penses desta forma, A vida a cada passo se transforma Bastando para tal ser mais audaz,
Olhando mansamente para trás Um sonho pouco s pouco nos informa, Quem faz desta esperança sua norma No olhar um brilho intenso sempre traz.
Amar e ser feliz, crer no futuro, E nisto ao perceber o que procuro Nos braços de um amigo, sigo em frente
No canto feito em glória num louvor Aprendo a conceber o bem do amor Vencendo o sofrimento impertinente.
PB
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Vencendo o sofrimento impertinente, Apenas impressões de quem sonhando Não vê o seu castelo desabando Tampouco um novo dia em paz pressente,
O mundo se mostrando, de repente A sorte me levando em contrabando, O todo desenhado desde quando A luta sem sentido invade e mente.
Restando dentro da alma a solidão Os dias dolorosos que virão Apenas representam cada passo
Vagando sem sentido e sem destino, Aos poucos com temor eu me alucino Errático cometa, o nada eu traço.
ML
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Errático cometa, o nada eu traço, Mas sei que logo após terei o brilho Do amor aonde em paz tento e palmilho, Embora a vida trague este cansaço.
A luz ao ocupar o imenso espaço Expressa esta emoção e sei que trilho Ousando muito além e compartilho, Cerzindo meu momento num abraço.
Durante muitos anos, solitária Agora após a noite procelária Eu vejo o raro e nobre amanhecer,
Nos veios de meu Pai, a Natureza O mundo se moldando em tal beleza, Gerando a cada instante o bem querer.
PB
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Gerando a cada instante o bem querer Pudesse ser a vida sempre assim, Porém nesta aridez feita em jardim, O mundo na verdade a se perder,
O quanto poderia conceber E nada me trazendo a paz enfim, Mortalha da esperança viva em mim Aonde quis apenas o prazer.
Já nada mais carrego dentro da alma Nem mesmo esta ilusão tomando acalma Quem tanto se entregara além do amor,
E a vida sem sentido nem razão, Os dias mais doridos me trarão Cenário dolorido em vã, gris cor.
ML
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Cenário dolorido em vã, gris cor. A vida muitas vezes nos maltrata, Mas quando noutro olhar a sorte é grata Ousando neste encanto com louvor,
Abrindo o coração ao redentor, A vida num instante se resgata E o todo que me envolve e me arrebata Traduz o verdadeiro e raro Amor.
Não tema o que virá, somente veja O quanto recebeste da sobeja E rara divindade feita em luz,
Destarte ao prosseguir contra as marés Terás toda a noção de quem tu és Levando com brandura a tua cruz.
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Levando com brandura a tua cruz? Já não suporto mais sequer um passo, E o todo desenhado em rude traço Expressa este caminho onde eu me pus.
Vagando sem destino, faço jus Ao nada que carrego em ermo laço, O todo se perdendo em vago espaço, Negando uma esperança que compus.
Apenas me restando o fim do jogo, Não vejo mais razão para este rogo E o tanto que pudera se perdeu,
Meu mundo sem sentido e sem proveito, Na imensa solidão quando me deito O velho coração, atroz e ateu.
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O velho coração, atroz e ateu Precisa renovar-se, sabes disso, O mundo tantas vezes movediço Entre as estrelas/brumas se perdeu.
O amor que a vida trouxe e concebeu Refaz a cada instante o belo viço, E tendo toda a luz que ora cobiço Meu canto uma esperança conheceu.
Atinge este apogeu em Cristo Rei E sei do quanto possa e mergulhei Nas furnas da esperança feita em vida.
A luta não termina, e continua Ousando na alegria, bebo a lua Minha alma se renova e a dor olvida.
PB
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Minha alma se renova e a dor olvida, Porém noutro momento a queda traça O quanto poderia e sempre passa Deixando para trás em despedida
A sorte o tempo rói e dilapida, A lua se perdendo na fumaça Aonde poderia ver em graça Apenas a incerteza toma a vida.
A morte talvez seja a solução, Os erros que carrego, um mundo em vão, Meu tempo se esgotando a cada instante
Do todo que sonhei apenas resta A imagem dolorida e mais funesta Da luta sem porvir e degradante.
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Da luta sem porvir e degradante Sinais abandonados, sem sentido, O quanto a cada passo mais lapido Um novo amanhecer raro garante,
O tanto quanto eu quis num novo instante Amanhecendo em paz, e não duvido Até no coração empedernido Promessa de outro tempo deslumbrante.
Perdão renova sempre este caminho E quando amor se mostra e ali me aninho A liberdade ronda o pensamento,
Amigo; não se deixe mais levar E beba a maravilha do luar Expondo-se ao suave e manso vento.
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Expondo-se ao suave e manso vento, Durante a juventude fui feliz, Mas quando o meu cabelo, agora gris Marcando com a dor e o sofrimento
Trazendo outro caminho, ainda tento, Mas sei que na verdade, o quanto eu quis Perdendo pela estrada em tal matiz Traduz somente o medo e alheamento,
Pudesse renovar minha esperança Minha carcaça pútrida se lança E gera tão somente este fastio,
O tempo ultrapassando o quanto quero E sei deste cenário duro e fero Enquanto cada sonho, eu desafio.
ML
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Enquanto cada sonho, eu desafio Trazendo neste olhar um novo dia, A sorte de viver renovaria Deixando o sofrimento por um fio,
Acendo deste amor o seu pavio E bebo com ternura a fantasia Tocada pelas mãos de uma alegria Seguindo em mansidão o imenso rio,
Embora saiba bem das corredeiras As horas mais sublimes costumeiras Transbordam a emoção neste caminho,
Quem tem amor de Cristo no seu peito, Mesmo que o rio fuja do seu leito Encontra enfim a rosa e esquece o espinho.
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Encontra enfim a rosa e esquece o espinho Quem cuida do jardim com mais cuidado, Meu tempo há tanto fora degradado E o quanto me restara é mais daninho,
Do fim já me aproximo e me avizinho, O todo noutro rumo desenhado, Apenas vejo inútil qualquer brado, O amor se faz ausente e até mesquinho.
Mas te agradeço amiga, cada verso, E quando em teu olhar este universo Trazendo constelar sonho eu sinto
Que tudo o quanto vira outrora extinto Ainda pode ao menos em teus passos Traçar com magnitude novos traços.
ML
Traçar com magnitude novos traços Independendo até do que se passaste, A vida não renega e traz nesta haste Mesmo que os dias sejam lassos,
Os erros costumeiros, os cansaços A luta contra o vil e vão desgaste, Não sei se na verdade tu notaste O amor presume e trama em novos laços,
Abrindo o peito ao vento que virá O sonho se permite e desde já Renova-se esperança a cada instante,
A vida traz a dor e o lenitivo, Destarte em alegria luto e vivo, Sabendo de outro dia, radiante.
PB
Muito obrigada Marcos Loures por sua participação PAULA MICROFISIO BRAGANÇA
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