Ano Novo, vida velha ou Esperança versus Hipocrisia

Data 30/12/2010 12:48:53 | Tópico: Textos -> Crítica

“Ave, Caesar, morituri te salutant” (Ave, César, os que vão morrer te saúdam)
-:Saudação dos gladiadores ao(s) imperador(es) romano(s)


*.*.*
Aí está mais um Ano Novo para os poucos que possuem genuínas asas para voar alto.
Para os outros, é mais um dia de um qualquer ano velho que nunca chega a sorrir e que apenas aqui ou ali lança ténues sementes de esperança.

A vida tem um sentido de justiça que nos escapa, como se não nos bastasse já a in_justiça dos homens, que vamos interpretando nas entrelinhas.

No epicentro das maiores tempest_Hades, eis o dinheiro, que dita alegrias e dita_dores por todo o planeta, como se mais nada fosse importante neste nosso mundo.

Cozinham-se alianças e obscuros negócios, nem que para isso seja preciso encontrar inimigos e forjar uma qualquer guerra (sobretudo de palavras) e arruinar as economias de vários países.

Existe arsenal bélico em número mais que suficiente para destruir seja quem for, mas as guerras hoje em dia dispensam perfeitamente as armas: A astúcia humana faz corar de vergonha até as mais indignas armas.

Famílias, empresas, países (todos confiantes incautos) caminham a passos largos para a bancarrota e assim se perdem soberanias sem se disparar um tiro sequer – Revoltas, atentados e suicídios, já estão previstos como inevitáveis danos colaterais.

E porque não se encontram alternativas ao petróleo?!...
Ora, elas já existem!... Ninguém do poder deseja é matar a sua galinha dos ovos de ouro!

Ah, se fosse feita uma reavaliação sobre os sete pecados mortais, seria mais que certo que a hipocrisia assombrava o topo dessa lista.

Entretanto, nós aguardamos que o tal sentido de justiça da vida faça mesmo algum sentido.
Mas o melhor mesmo é esperarmos sentados para não nos cansarmos em demasia!

Felizmente, ainda não se lembraram de cobrar impostos sobre os sonhos (espero não estar a dar-lhes ideias!) e com eles podemos continuar mecanicamente a desejar:
Feliz Ano Novo!


30 de Dezembro de 2010 - ou de um outro qualquer triste Dezembro,

NelSom Brio



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