MEUS SONETOS VOLUME 129
Data 31/12/2010 10:25:47 | Tópico: Sonetos
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1
Por quantas vezes sigo meus instintos, Acertos, erros, faço em profusão. Os sentimentos tortos ‘stão extintos, Às vezes não encontro solução...
Quero sentir teu cheiro em meu olfato, Quero sentir teu gosto, paladar, Quero sentir teu toque, todo o tato Quero sentir prazer só por te amar...
Quero te ver passando ensolarada, Quero te ouvir cantar teu doce canto. Quero te ter comigo, minha amada, Sabendo que em teus dias, meu encanto...
Por quantas vezes sigo meus sentidos, Buscando em nosso amor, tempos perdidos
2
Por quanto tempo poderei viver, Olhando esta saudade que me espera... A feroz ventania irá varrer O que sobrar vai me deixar cratera
Se tantas vezes pensei sobreviver, A esse fatal encontro com a fera... Mas nunca saberei sequer dizer, O medo me devora, é vil pantera...
Por tantas vezes fito o firmamento, Na angústia de saber que nada tive... A morte não me trai o pensamento.
As lágrimas rolando são ardentes... Esperança por certo, aonde estive, Um punhal vem trazendo nos seus dentes... Marcos Loures
3
Por quanto que tentara um oratório Aonde as dores fogem e se tingem, Sagrando em desespero um ostensório Vivendo enquanto as luzes sempre fingem.
As fibras da saudade quando afligem Mostrando este caminho vão e inglório, Nas ondas sanguinárias, desde a origem Vertigens e vazios; merencório...
Prossigo sendo o quando nunca veio Mascando as ilusões intermináveis. Palavras doentias, mas amáveis
Decifram meu caminho em cada veio No esteio deste amor voraz, sombrio, Na mordaz sensação do nada, eu crio...
4
Por qual torpe motivo me beijaste? Deitada, enamorada em mansa rede. Bem sei que tu jamais tivera sede Da boca que por vezes, profanaste.
Esse lugar, que me deixaram, vê-de: Permite tanto sonho e vil desgaste A noite que me deste, retrataste; Na vil fotografia da parede.
Beijaste minha boca sem perfume, Tramaste, com certeza, algum ciúme. Disputas entre vermes não consinto.
Rascunhos desenhados, garatujas, Na boca que mordeste, mil corujas, Inebriadamente, sem absinto.
5
Por onde foi que estive sem saber Nas trevas esquecidas no meu peito Agora recomeço a perceber Que em vão tanto vivi insatisfeito.
Nos dias mais complexos desta vida Os anos se passando sem sentido. Quem sempre se escondera em despedida Pretende ressurgir do triste olvido.
A boca que beijei não beijo mais, As unhas dilaceram, cicatriz... Achara que te amando assim demais,
Talvez eu me encontrasse mais feliz... Amor quando promete ser presente, Ao longe, calmamente, se pressente...
6
Por óleos que; trocados, não se negam Eu procurei insanamente em vão A vida não trazendo solução Sentidos vários fartas cores cegam.
Mas mesmo em mansidão elas sonegam Trazendo sempre o mesmo vago não Querendo vislumbrar transformação Meus sentimentos, destemor alegam.
Na poeira perdido, sem ter rumo Todos os erros- desamor; assumo. E penso mais distante uma saída.
Simples marujo que buscou areia Da lua que sem tréguas me incendeia Jamais verei uma esperança em vida... Marcos Loures
7
Por noites e mais noites sem ninguém Arrasto estas correntes pela casa. O frio da saudade sempre vem, Aos poucos tudo toca e tudo arrasa...
Não sinto mais vontade de viver. Os olhos embotados, nada dizem, Distante desta luz e do prazer, Os sonhos e o real se contradizem.
Não vejo mais o brilho que queria Neste olhar que o espelho envelheceu. A noite vai morrendo, perco o dia, O que tivera em sorte, já morreu...
Da minha juventude já perdida Arrasto este cadáver pela vida...
8
Por não ter nenhum caramanchão Nem sequer jardim ou mar imenso, Rastejo sob os sóis e bebo o chão Fugaz, nesta ausência nunca venço.
Por não ser quem fora em tentação Do vago que inda resta me convenço E morro sem qualquer apelação. A despedida nega adeus e lenço.
O corte do arvoredo preconiza Daquele vendaval, apenas brisa Granizos e nevascas, impotente.
Nada mais teria senão fosse O rosto meio estúpido, mas doce De uma amizade opaca e tão clemente.
9
Por minha liberdade, tanta luta. A mão que me cativa, me escraviza; Quem traz a tempestade forja a brisa. A vida que prometes já me enluta.
Sentença de esperança má e bruta. Nem lua companheira suaviza A marca da chibata sinaliza A luta contra a força mais astuta.
Eu sei que não mereço a liberdade, Pois temo encarar a claridade. A vida, sem teus braços, escurece...
Cansado desta vida sem remédio, Entrego meu amor ao negro tédio. Quem luta, a liberdade enfim, merece! Marcos Loures
10
Por medo de sentir a mão vazia, Os olhos desprovidos de futuro; Vasculho por inteira a poesia, O monte que me medes tão obscuro.
Nas pontas dos meus dedos, a magia, Nos lastros que me firmam, me procuro... Na carta que te escrevo e nunca lia, Doença que me invade e nunca curo...
Por medo de entreter e ter escrúpulos, Não quero perceber a tua voz... Fermentas sentimentos feito lúpulos.
Carcomes o que resta do oceano... A mão que não espalma mais feroz, Desfia neste corpo mapa e plano... Marcos Loures
11
Por mares tão distantes, naveguei Embrenho o pensamento em belas sendas, Ao encontrar meu porto nesta grei Fantástica emoção: veludos, rendas...
Sinais do meu desejo eu decifrei, Vagando por oásis, seios, tendas... Pensando, num momento ser teu rei, Segredos que eu carrego e tu desvendas.
A deusa dos meus sonhos tão arisca, Beleza de uma sílfide, odalisca, A lua convidando... Bruxuleios...
Vencendo mil perigos, guerrilheiros, Mergulho em tais prazeres, derradeiros, E sinto em minhas mãos túrgidos seios... Marcos Loures
12
Por mais que venha cedo o desengano, O dia nascerá, tenha certeza, A vida refazendo cada plano Permite que se encare a correnteza
Amor um sentimento tão humano Espalha em quem o sente tal beleza, No gozo deste sonho soberano A sorte põe comida sobre a mesa.
Leveza em cada passo, flutuando, Alçando ao infinito, riso solto. No mar anteriormente tão revolto
O barco calmamente navegando. Palavras que se trocam, mais gentis, No encanto deste canto, eu sou feliz... Marcos Loures
13
Por mais que uma alegria demonstrasse Aquela que se fez enamorada O amor que tantas vezes nos embace Depois de certo tempo, resta nada.
Vencendo em alegrias este impasse Eu vejo a manhã clara anunciada Vibrando em harmonia sem disfarce Deixando perceber que cada estrada
Levando ao infinito de nós dois Não deixa nem sequer algo depois Vivenciando um sonho mais bonito.
Eu quero que tu venhas lado a lado, Deixando o meu caminho iluminado, Trazendo ao nosso amor, gozo infinito... Marcos Loures
14
Por mais que tua vida se afastou Do rumo que tracei, leda esperança. O tempo que vivemos transformou Amor na eternidade da aliança.
Tu foste tão cruel, minha querida, Magoaste e maltrataste quem te amava. A noite repetindo a despedida, Em cada nova dor se transformava.
Bem sei que me traíste, bem o sei. Não sabes como dói uma traição. O rumo, sem saber, descontrolei, Meu barco se perdeu na escuridão.
Mas saiba, meu amor, não sei viver Sem ti. Eu não consigo te esquecer!
15
Por mais que te pareça tão estranho Um mundo, como dizes, de ilusão, O sonho quando forte e assim tamanho Nos toma com certeza, em emoção,
E vibra em nosso peito como um ganho Da vida que temeu tanta paixão. Dos tempos doloridos, os de antanho, Renasce com mais força o coração.
Tu és rainha rosa do canteiro Embora te pareça que os abrolhos Tomaram teu caminho o tempo inteiro.
Amada não se perca em dores, medos. Abrindo o coração permita em molhos Que as flores já desvendam teus segredos..
16
Por mais que te pareça insensatez, amigo, Eu faço da loucura a minha companhia Permito-me sonhar e adoro a fantasia Pois nela encontro sempre o meu maior abrigo
Uma defesa plena aliada comigo, Por vezes imagino a dor que eu já teria Não fosse insanidade em lúcida magia Meu trem descarrilava em trágico perigo.
Desculpe se pareço um torpe vagamundo Correndo sem parar, sorrindo do vazio Um mundo imaginário, amigo eu sempre crio
E vivo dentro dele, e nele eu sempre inundo Uma alma visionária, um coração sem rumo. Amigo, na loucura, encontro paz e prumo...
17
Por mais que te imagino em passos mais audazes Eu sei que não virás enquanto uma peçonha Ainda faça efeito aos olhos de quem sonha Com mundo mais perfeito em braços mais capazes.
A vida tanta vez nos traz os capatazes Algozes da esperança em noite tão medonha Que faço se não quero a vida tão bisonha Distante desta boca em lábios mais vorazes.
Amar é ser feliz e não temer mais nada Eu sinto o teu perfume; embora morta a flor, Caminho em teu destino, a roseira marcada
Por noite imaginada em pleno e louco amor. A sorte está lançada e vejo que indomada Estrela iluminada em outros céus, raiada...
18
Por mais que te esperara tanto tempo Eu sinto que não fui tão desejado. Pensavas tão somente em passatempo Ao tempo em que eu queria ser amado.
Disfarças com sorrisos teu querer, Mas sei que não consegues traduzir A forma que desejas conceber. Pois isso; por favor, quero impedir...
Maltratas sem saber quem tanto quer O gosto desta boca em minha boca. Demonstras teus caprichos de mulher Na forma em que me amaste, que é bem pouca..
A vida te prepara a sobremesa, Matando assim teu sonho de princesa...
19
Por mais que tão distante esteja aquilo Que em total desventura fez estrago, Amores não se encontram como à quilo, Tampouco um bom carinho ou mesmo afago.
Se eu fiz foi, na verdade porque sei-o E nada impedirá de assim fazê-lo, Da amada quero a boca e quero o seio, Nas pernas misturadas, um novelo.
A boca que desejo; assino embaixo, Embaixo desta saia, maravilha. Assim se mais depressa, eu já me agacho Encontro a santidade feita em trilha.
As línguas, labaredas, fogaréu; Estradas que nos levam para o céu...
20
Por mais que tanto falem que este amor É simples fantasia e nada traz Eu quero que escutes, por favor, Uma alegria enorme sou capaz.
E quero assim dançar a noite inteira Sem medo de saber que sou feliz. Trazendo no meu sonho a companheira Que mais que imaginaste, sempre quis...
Desperta no meu peito um sentimento De tal voracidade, incontrolável. Não pense que isso é só um forte vento Amor assim supera imaginável...
Não quero neste amor monotonia Assim distantes, mesma sintonia...
21
Por mais que tantas vezes fui tentado A ter outro caminho, um novo norte, Meu canto que se fez amargurado Clamando e desejando a própria morte Sentindo t’a presença aqui do lado Cicatrizou em paz, profano corte.
Poeira no meu peito toma assento, A sorte de viver bem resolvida, O fogo da paixão queimando lento, A vida em boas mãos já conduzida, A dor que se fizera em sofrimento, Pela força do amor foi repelida.
E agora caminhando, vou ereto, Nas dádivas do amor, eu me completo...
22
Por mais que sejam tantos adversários Que a vida nos prepara qual cilada, E os dias já transcorram temerários Encontro em tua mão abençoada
A força que preciso, minha amiga Escudo redentor que me protege, Decerto uma amizade nos abriga Contrária a solidão, feroz herege,
O braço de quem ama nos sustenta, Redime contra as dores, contra os medos. Fazendo que a tempesta fique lenta, Mudando toda a trama dos enredos,
A salvação em plena tempestade, É feita do carinho e da amizade...
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Por mais que seja tolo ou aguerrido, Não vejo outra saída. Sendo assim, Acendo dia a dia este estopim Perder qualquer noção, ir sem sentido.
Do quanto ainda posso já duvido, Apenas resta o cais de um botequim, Não sei nem quero crer se um dia eu vim Legando a fantasia ao tosco olvido.
Se desbragadamente, eu fumo e bebo, A culpa é do vazio que percebo Aliado a mais completa estupidez.
Se houvesse cupidez inda teria A mansa placidez de um claro dia, Porém a realidade, isto desfez...
24
Por mais que seja simples/refinado O amor tendo por fim, o ser somente Refaz-se na magia da semente Num solo tantas vezes mal arado.
No eterno remoçar que de bom grado Incita o sentimento totalmente, Renova o que em verdade a gente sente Ressuscitando o sonho destroçado.
Amar e reamar, amar de novo, Na cíclica emoção em carrossel, Das águas que bebi, enquanto chovo
A antiga corredeira se alimenta, O amor eternizado em seu papel, A cada amanhecer se reinventa...
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Por mais que seja forte uma maré, Tomando toda a praia em desespero. A vida preparando esta galé, Além do que imagino ou mesmo espero,
Por mais que seja enorme o desafio, Com vastas cordilheiras no horizonte; Um tempo nebuloso presencio Matando da esperança, mina e fonte.
Por mais que seja assim nosso caminho, Com toda placidez, eu posso crer Vencendo o temporal, bem de mansinho,
Trazendo a cada olhar, tranqüilidade, Nas flores que plantamos, posso ver A redentora imagem da amizade...
Marcos Loures
26
Por mais que seja dura a tempestade, O dia nascerá tenha a certeza, E quando uma alegria nos invade A vida nos prepara uma surpresa.
Eu tenho diabetes, outro tem Hipertensão, são pesos de uma cruz Que quanto mais se teme, ouça-me bem Mais pesa. Mas te falo eu não me opus
E sinto que isso ajuda a caminhar, Bebendo da alegria, e da emoção, Fazendo do desejo o meu altar Eu abro com firmeza o coração.
No fundo, ninguém pode ser perfeito. Só falha de caráter não tem jeito... Marcos Loures
27
Por mais que seja assim, Caminho cansativo, Contigo até no fim Irei em passo altivo,
Nossa amizade em fim, Tendo lugar cativo, Rebrilha dentro em mim, Num sonho sempre vivo.
Querendo a companhia De quem me quer tão bem, Seguindo noite e dia,
Sem ser da dor refém, Que bom, quanta alegria, De estar perto de alguém...
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Por mais que se perceba não ser fácil A vida que prometes meu amor, De tudo o que sonhamos, sonho grácil, Espero poder ter o teu calor...
Não tenha mais o medo que apavora, Eu não te deixarei seguir sozinha, Por isso, meu amor, eu vou embora Contigo meu temor não se avizinha...
Por sendas mais difíceis vou contigo, Sabendo bem das dores que me esperam, Não temo mais as trevas, nem perigo. Pois todos os meus medos não imperam...
Bem sabes dos castelos quer criei, Por eles, por amor, eu partirei!
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Por mais que se extravie do caminho, O Amor sabe qual rumo irá tomar Chegando passo a passo, devagar, Aos poucos toma conta deste ninho.
Embora das tristezas, um vizinho, Conhece as cercanias e ao tocar O coração, fazendo delirar Aquele que se entrega ao seu carinho.
Causando dentro em nós revolução, Não deixa sobrar pedra sobre pedra, Numa avalanche imensa que incontida
Tomando com as forças da paixão, Até o mais valente já se medra Deixando em suas mãos, a própria vida... Marcos Loures
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Por mais que se demonstre sorrateira, Saudade nunca deixa de sangrar Às vezes procurei a vida inteira A noite que voltaste sem luar.
O medo desfraldando essa bandeira Me traz esse desânimo: lutar. Não me liberta, finge verdadeira No fundo não se cansa de voltar...
Se partirei buscando um oceano, Saudade me procura e me deseja... Impulsos que me impelem ao engano
Se mostram sem fazer sequer alarde. É membro que se amputa e já lateja, O sol que não brilhou já chegou tarde... Marcos Loures
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Por mais que pense ser cruel, nefasto, Futuro nos teus braços toma jeito. E quando adentra em fúria, invade o peito, Encontra um coração deveras gasto.
Fazendo da esperança o meu repasto, Eu teimo e não desisto deste pleito. E quando mais pareço satisfeito, Dos lumes de teus olhos, eu me afasto.
Asfalto os meus caminhos, tiro espinhos Arranco as velhas urzes, destemido. Assusto-me em me ver tão decidido
E em meio a confusões e burburinhos, Percebo ser real teu sentimento... Quem sabe no final, um doce ungüento... Marcos Loures
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Por mais que os ais que canto sejam vãos Eu tento ser sucinto, quero tanto... Distante de teus olhos minhas mãos Procuram toda noite em cada canto
Sentir tua presença mesmo em sonho, Os dedos longos fontes de prazer. Um verso em esperanças eu componho Querendo a cada instante te saber.
Nevascas em minha alma solitária Granizos espalhados no quintal. A fantasia além de necessária Tempera a minha vida, sendo o sal
Que roubo do oceano da alegria Forjando a mais perfeita poesia... Marcos Loures
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Por mais que o sol insista em dar as caras As nuvens são teimosas, disso eu sei, Buscando claridade noutra grei Por vezes; descaminhos me declaras
É preciso cortar estas aparas Amor jamais resiste, isto eu bem sei À luz que tantas vezes eu busquei Tomada em luas cheias, porém raras.
Tu podes me dizer: é picuinha Ou mágoa de quem tanto já sofreu. Por isso ao procurar luzes no breu
Eu vejo que não és ainda minha, Mas finjo que acredito no que dizes, Quem sabe assim possamos ser felizes? Marcos Loures
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Por mais que o amor maltrate um sonhador, A solidão machuca muito mais. Amiga, neste mundo; o desamor, Acaba com sorriso, e mata a paz.
Se teimo em cada verso, um amador, A dor já me feriu, e por demais. Do tempo em que vivia sem calor, Não quero recordar. Viver jamais...
Por isso minha cara companheira, Não deixe de querer amar alguém. Uma esperança, eterna jardineira,
Um dia te fará bela surpresa. Amor, por mais distante, sempre vem, Cobrindo a tua vida de beleza....
35
Por mais que nossos sonhos me levavam Ao porto que julgara mais amigo Enquanto em alegrias se mostravam Meus dias se banhavam no perigo
Dos mares que distantes navegavam Olhares na procura por abrigo, Os dias tão tristonhos se passavam No encanto tão feroz em vento antigo.
Corsárias esperanças que me assaltam Permitem me dizer da plenitude Com que as ilusões que nos maltratam
Impedem que se veja um novo tempo, Amor por mais que tenha outra atitude Encontra nos seus passos, contratempo... Marcos Loures
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Por mais que nos pareça dolorosa A vida que nos foi, por Deus, cedida, Perfumes que se exalam desta rosa Bem valem os espinhos desta vida...
Conserve seus amigos, seu amores, Com todo uma alegria que puder, Nos jardins da esperança tantas flores Guardadas para quem amor tiver.
Respeitando essas diferenças tantas Irás deter as iras mais cruéis, Na forma delicada com que cantas As plantas te darão os doces méis...
Portanto, não se esqueça, minha amada, Em ti, felicidade está guardada...
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Por mais que na alma trague esta tristeza Que, estúpida, trapaça em agonias, Ao colocar as mãos, duras e frias, Deixando em meu caminho as incertezas,
Eu sonho em transformar as correntezas Alçando bem mais forte as fantasias, Dourando uma esperança em alegrias, Tramando, no final, justas belezas.
Assim nas mãos do sonho em que me entrego, A força da mudança; em mim carrego, Pois sinto o teu amparo, o teu abrigo,
Marcando cada passo nesta estrada, Cambiando em solar, esta alvorada Que trazes em teus braços, meu amigo..
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Por mais que me negaste os mesmo passos, Nas telas da saudade te tecer... Os medos se perderam tantos laços... Não posso nem preciso conhecer...
Tentáculos venais virando braços, Profanas as imagens sem querer... Nos colos que descanso meus cansaços, Amar-te foi bem mais que meu lazer...
Por onde quer que eu vá, não vá opor-se Não posso permitir o teu silêncio. É claro, não me chames Inocêncio,
O medo que virá ao recompor-se Me trará dor em toda magnitude... Amor assim demais tanto amiúde... Marcos Loures
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Por mais que isso pareça um contra-senso, Imagem que é talvez paradoxal, O amor da gente, mesmo sazonal, É tudo o que desejo e nele eu penso
E torna-me maior, por ser intenso, Não sei se me faz bem ou me faz mal Só sei que neste vago ritual Enquanto me relaxa, deixa tenso.
Fazendo um jogo duplo: riso e choro, Nem sempre sustentando algum decoro, Permite neste louco vai e vem
Prazeres e torturas, riscos vários De nós dois aliados e adversários Fragilidade sólida de um bem...
40
Por mais que eu te pareça um idiota Que diz em cada verso, estupidez. Qual erva que daninha também brota De um chão sem ter adubo, insensatez.
A colisão, decerto, mostra a rota Aonde pouca coisa já se fez. Amiga sem ter flores, cheia a cota Perdoe se demonstro uma altivez.
Apenas vou viver o que me resta No colo mais amigo da saudade. Palavras em desperdício; não infesta
Jogada solta ao vento, não maltrata. Quem teve pelo menos amizade, Não cospe em quem o espelho não retrata.
41
Por mais que esteja longe, Minas há. Depois de tantos montes, esquecida... Nos vôos, pensamentos, chego lá Bebendo em procissão, a fé na vida.
Na febre que não passa, mãe, pai, chá, Qual fosse uma esperança adormecida No canto desta estrada, voltará No campo, na lavoura, em nossa lida.
Na Minas dos amores, das Igrejas Dos cemitérios, luzes e luares. Dos goles de cachaça, das cervejas
Nos bares da saudade, lembro o rosto Daquela que eu amei, doces pomares Dos beijos e carinhos... Tira-gosto...
42
Por mais que amor nos tenha navegado, Encanto em perfeição sempre benquisto, A praia dos meus sonhos, eu avisto, O amor em mil estrelas, rodeado,
De toda esta beleza tenho visto O cais por tantas vezes desejado, No ancoradouro em paz agora insisto, Sabendo ser Amor, caminho e Fado.
Olhando a perfeição deste horizonte, Reflexo mais sublime, rosto e fronte Do deus enamorado que nos toma,
Erótico menino desnudando O sonho mais audaz, ferino e brando Pacíficas alvuras da paloma... Marcos Loures
43
Por mais que ainda reste uma esperança Eu sinto este castelo desabar, Dos olhos que carrego na lembrança Apenas os resquícios deste olhar.
Aos poucos vou perdendo a confiança, O rio desconhece foz e mar, O coração ao vago inda se lança Buscando num remanso descansar.
São ermos os caminhos de quem ama, O vento da saudade atiça a chama, Porém esta incerteza vem e apaga.
Amar e não saber aonde estás, A tempestade nega então a paz, Somente a solidão vem e me afaga...
44
Por mais que a vida, às vezes nos machuque E a solidão terrível nos sufoque Mudar com mansidão, o antigo enfoque Permite respirar. O velho truque
De usar com maestria um novo look Permite que esta estrada, então se troque. Coloque no teu som, querida, um rock Que o coração teimoso, assim se eduque.
Prepare pro jantar um ossobuco, Por mais que inda me chamem de maluco Eu sei sobreviver à intempérie...
O amor quando se vai, abre o caminho Pra outro que aproveita-se do ninho, Recomeçando, enfim, a longa série...
45
Por mais que a vida trague a tempestade, A calmaria existe após a chuva. Perfeita sobre a mão, no frio, a luva Ao engelhado traz felicidade.
E mesmo na voraz e audaz saúva Existe com certeza, utilidade, O amadurecimento de uma uva Trará ao raro vinho a qualidade.
Não deixe se abater pelos engodos, As ostras geram pérolas dos lodos, O tempo traz no bojo a solução
De todos os percalços e problemas, Quem faz das esperanças os seus lemas Conhece, do universo, a dimensão!
46
Por mais que a vida siga tão confusa, Os passos da amizade são meus guias, Mudando num segundo as noites frias Trazendo ao coração um manto e blusa.
Não posso conceber qualquer recusa Daquele que persiste em fantasias, Nos braços da amizade, novos dias, Deixando no passado a dor obtusa.
Efeito mavioso produzido Nos lumes da esperança, rumo certo, Um sonho que se faz mais atrevido
Ao lado de uma amiga se faz crível, Pois dando em nossos dias um sentido Permite todo sonho ser possível.
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Por mais que a vida seja tão difícil, Por maiores que sejam desventuras, Por mais alto que seja o precipício Desde o início perdidos sem ternuras, Na noite mais escura, sem ter lumes, No meio de uma guerra, dia-a-dia, Distante do rosal e dos perfumes, Escondidos, distantes da alegria... Mesmo que a tristeza nos consuma, Mesmo que esperança seja à toa. Mesmo em tempestade, em toda a bruma, Nos resta inda uma luz, que é forte e boa. Dá garra pra lutar, se de verdade, A força mais serena da amizade!
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Por mais que a vida pese em nossas costas, Encontro lenitivo neste amor, Vencendo em mansidão velhas apostas Um novo amanhecer virá compor.
Do quanto gosto em ti tanto me gostas, Amor traz este sol reprodutor E nele tu terás quaisquer respostas Ao coração, eterno indagador.
Acordar a teu lado e num sorriso, Saber que isto é vital e necessário Suplantando em paz um adversário
Num toque genial e mais preciso Espalha em nossa vida tal leveza Que eleva-nos aos Céus, tenha a certeza... Marcos Loures
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Por mais que a porta mostre-se fechada O vento vencerá tal empecilho, Quem faz do amor sincero, rumo e trilho Encontrará saída noutra estrada.
Ao sobrepor em paz a paliçada Fazendo da emoção seu estribilho Terá, tenha a certeza, todo o brilho Da lua que se entrega, iluminada.
Permita, minha amiga, te dizer Que tens sempre contigo este poder, Forjando da alegria, esta mudança.
Não perca-se em vazios devaneios Nas mãos tu tens a guia destes veios Trazendo ao fim de tudo, uma esperança... Marcos Loures
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Por mais que a gente tente ser feliz, Insisto e mesmo sendo tão teimoso, Depois de cada dia desastroso Refaço o meu caminho, por um triz
A moça se disfarça, meretriz Promete o que compete, transa e gozo, Velhaca calmaria em mar teimoso Na farsa se disfarça e nada diz.
Eu fiz o que talvez não deveria, Atando com desastre a fantasia Deixando assim de lado, o velho sonho.
Quisera digital, mas analógica Vontade foi morrendo sem ter lógica E o resto do que sobra, decomponho...
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Por mais que a gente tente disfarçar Do jeito que caminha a nossa vida Depois de certo tempo irás notar Estrada que seguíamos, perdida.
Não vejo nem pretendo transformar A paciência como uma saída Se o rio não prossegue para o mar O que falar da história decidida.
Pegando uma carona no que falas, Cansado de guerrilhas e de balas Trocadas sem motivos aparentes
Eu quero que tu penses com cuidado, Do nosso amor há tempos destroçado Apenas vão restar unhas e dentes... Marcos Loures
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Por mais distante estejas tu de mim, Estás dentro, comigo em cada dia. Vivendo nosso sonho até que enfim Um dia se transborde em poesia E juntos, lado a lado, até o fim, Possamos desfrutar desta alegria
De sermos companheiros de viagem Por terras e por sonhos desfraldados, A solidão será simples bobagem, Os laços que nos unem, apertados, O amor nos servirá como roupagem Os cantos destes pampas, ecoados
Nos nossos corações pelas coxilhas, Montanhas, serras, cerros, maravilhas...
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Por mais difícil, amiga, a caminhada Não deixa que tenhamos a certeza Do renascer em cada madrugada Promete nova aurora, a natureza.
A luta que virá recompensada Nessa alma toda plena de beleza; Sabendo o quanto, amiga, és tão amada; Terás mais força contra a correnteza.
Podes contar com todo o meu carinho, E todas minhas rezas, orações, O teu lutar jamais será sozinho
É meu também; querida, pode crer. Estamos, pois; unidos corações, Em mais esta batalha pra vencer!
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Pousando sobre mim, asas abertas, A borboleta toca minha pele, As horas se passaram tão incertas. Quase que um delírio me compele A descobrir os sonhos que despertas Enquanto uma ilusão já se repele. Os medos sobrepostos, meus alertas Impedem que teu nome, amor, revele. Lindas asas tão frágeis deste inseto Pousado em minha mão como a dizer Que amor que vai nascendo, como um feto, Precisa de cuidado e proteção, Por mais que seja forte o meu querer, Seu nome? Por favor, não direi não...
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Por onde quer que pensas, onde fores, Pelas estradas nuas, velha rua, Nunca mais amenizo antigas dores, Enquanto caminhaste toda nua,
Nos campos que deixaste tão sem flores, As almas que pensamos, minha e tua, Não podemos trazer circo, horrores, A vida não podia ser tão crua...
A minha noite cai, vai mais sombria, Meus olhos mais cansados, são ateus... Não posso mais calar, já vem o dia...
Se tudo que pensei, acaba enfim, Não posso mais roubar dos olhos teus, A dor que transtornava tudo, enfim....
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Por mais que isto me doe, Eu não posso admitir, Amiga me perdoe, Mas vou te repetir...
Não quero mais a briga, Eu quero o teu colinho, Que a noite enfim prossiga, Em beijos em carinho...
Tu és muito gostosa, Não nego o que eu te disse, Porém não fique prosa, Por mais que me enfeitice
Em loucas maravilhas, Tais coxas e as virilhas..
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Por mais que inutilmente singre mares Distante de meus braços, eu persisto. O amor vencendo as forças de Mefisto Espalha uma esperança em meus pomares.
Cansado de vagar por mil lugares, Embora com certeza inda resisto Bebendo desta fonte que foi Cristo Dos sonhos da amizade, meus altares.
Erguendo o meu olhar ao infinito, Na solidez imensa de um granito Eu ponho as minhas mãos e sigo em frente.
Na fonte cristalina da amizade Eu bebo a sem igual tranqüilidade Deixando o coração bater contente... Marcos Loures
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Por mais que eu ande down, ouvir teu nome Permite que inda reste uma esperança. Sem lua mentirosa que me embrome O vento da loucura já me alcança.
E quando a fantasia torpe some, Procuro com insânia uma aliança. Correndo; se ficar o bicho come Enchendo de ilusão a gorda pança.
Batendo uma carteira; amor se esconde E eu perco com certeza trem e bonde Seguindo em passeata rumo ao sol.
Amar, farta benesse que percorro, Enquanto a poesia em meu socorro Espalha-se sem pressa no arrebol.
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Por mais que em outros mares navegado Do templo do sonhar eu não me disto. De estrelas e de luzes rodeado Amor igual ao nosso? Jamais visto.
Um sentimento enorme demonstrado No quanto por nós dois ele é benquisto Afasta toda mágoa do passado, Por ele, na verdade é que eu existo.
O vento vem roçando a nossa fronte E beija a tua boca, mansamente. A lua deslumbrando no horizonte,
Espalha no sertão, a claridade, Dizendo deste encanto iridescente Mostrando o quanto amor é de verdade... Marcos Loures
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Por mais que ainda tente disfarçar O amor que já foi tanto, agora morre. Nem mesmo uma amizade nos socorre, O sonho se perdendo, devagar.
Mal posso, na verdade, suportar O tempo passa lento e não mais corre. Fugindo pelos bares, cada porre Traduz o que não pude te falar.
Se não houvesse filhos, eu te juro Estaria noutros braços. De repente A gente poderia ser feliz.
O dia amanhecendo sempre escuro, A solidão a dois, o que se sente, Distante do que outrora eu, tolo, quis...
Marcos Loures
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Protege nosso frágil coração A fortaleza imensa da loucura, Enquanto não encontra a direção A gente não se cansa da procura.
Se teimo em perseguir a solução, Minha alma se entranhando com candura Fazendo deste sonho, um turbilhão Que cega desde sempre quem tortura.
Gerando a força intensa que protege Defende o sentimento desta herege Mortalha disfarçada em vã tristeza.
Será que é necessário abrir o peito, Rasgando o temporal pra ter direito Ao eu se banqueteia em farta mesa? Marcos Loures
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Protege contra os males e os perigos A mão que se abençoa num louvor, E dela um novo tempo a se compor, Trazendo aos mais aflitos, bons abrigos.
Jamais condenaria quem se ilude Pensando ter na vida eternidade, Porém a seca chega e quando invade Transforma num deserto antigo açude.
À sombra dos meus erros tantas vezes Errático caminho pelo mundo. Mas não suportaria ver nas reses
Retrato mais fiel e temerário. E quando de ilusões eu já me inundo Preparo um canto altivo e libertário!
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Protege contra o medo e o desengano Esplêndido cordel de estrelas raras. Ao seduzir em mel vidas amaras Amor já conquistando em bem temprano.
Ibérica emoção, saudade, às claras Expressa o coração velho gitano E mesmo em grito histérico inumano Vontades mais diversas; escancaras.
Amor embora imerso em mil tramóias Prepara qual crustáceo; raras jóias Ascetas se perdendo sem tal brilho
Nos âmagos da glória se expressando Antíteses diversas enfrentando As tramas dessa teia eu quero e trilho... Marcos Loures
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Protecionismo estúpido, idiota, Escravizando os pobre e os famintos. Os sangues na verdade menos tintos, A vida vai perdendo a sua rota.
Na morte da criança o bem se esgota, Os ricos como espécimes de helmintos Apertam da ilusão, os fortes cintos, Apenas urze e abrolho ainda brota
A culpa sempre cai nas nossas costas, Pois somos com certeza trastes, bostas, Eternos preguiçosos e ladrões.
É preciso, decerto proteger O lobo quando ovelha vem comer Destruirão por certo, as plantações...
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Prossigo sem rever tua nudez, E sinto que jamais a reverei Eternidade sei que não terei, Porém na morte, a vida se refez,
Mudando com certeza sua tez, Tornando mais suave a velha grei. Antigas ilusões que sepultei, O sonho em pesadelos se desfez...
Não quero mais saber dos vãos carinhos, Carências que se tocam e devoram, Os barcos noutros mares já se ancoram
Os ventos do passado são daninhos... Renasço em outro canto, nova vida. Minha alma com firmeza, decidida... Marcos Loures
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Prossigo junto a ti, em mansa entrega Sabendo quanto a vida não transige, A solidão se mostra amarga e cega, O quanto nos levando nos exige.
O tempo em implacável sordidez Aos poucos nos transforma e rouba o viço. Porém o amor nos dá por sua vez A mansidão sublime que eu cobiço.
Enquanto os meus cabelos quedam gris, Os olhos amainados podem ver No fundo, mesmo às vezes infeliz, Eu posso vislumbrar algum prazer.
Enquanto a juventude já se esgota, O barco em calmaria acerta a rota...
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Prossigo esta viagem, vou com tudo Em cada novo passo, um riso franco, O dia amanhecendo claro e branco, Felicidade plena, eu já me iludo
Deixando para trás porém, contudo Corcel já não galopa mais tão manco, Sangria desatada; agora estanco E a doce fantasia, amando, ajudo.
Mal chega a noite e a solidão renasce, A dor vem se mostrando em nova face Cruel, com ironia, fria, amara.
Unindo suas forças com saudade, Trazendo sem limites, crueldade, Distante desta boca que eu beijara. Marcos Loures
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“Prossigo em flórea senda sempre ovante” Seguindo passo a passo estas pegadas Daquela que se fez mais deslumbrante Iluminado as rotas, as estradas.
Sorriso feminino provocante, Beleza triunfal; vamos mãos dadas Num rumo que permite que agigante A vida que nos traz sortes lançadas.
Apenas encontramos recompensas, Espinhos deletamos, restam rosas. As pedras que tiramos, mesmo imensas
Nunca foram obstáculos, pois quem Tem em suas mãos luzes tão radiosas Não teme na verdade mais ninguém... Marcos Loures
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Prosseguindo em sonho interminável Um rito anunciando a paz perfeita, Amor que se quer sempre desejável Em gozos e delícias se deleita.
Sentindo entardecer encanta a lua Vislumbra a poesia que virá, Deitando no meu quarto a Diva nua Eternamente em chamas brilhará.
Arcando com vontades mais extremas Não teme nem sequer um temporal, Não deixa para trás quaisquer problemas Encara com ternura, é triunfal.
Trazendo a claridade de uma estrela Nas águas deste mar, sereia bela.
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Prossegues teu caminho sem temer As horas mais difíceis que virão. Envolta na alegria e no prazer Mal lembra que me amou, pura ilusão...
Assombro meu passado com teus passos, Um vagalhão de dores me persegue. Os erros cometidos foram crassos, Porém nada me impede que carregue
A doce sensação de ser feliz Envolta neste manto tenebroso. A sorte é uma terrível meretriz Que muda com as vagas, dor e gozo.
Mas quero que tu saibas que te amei. No fundo, eu jamais te esquecerei...
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Prossegue dia a dia assustadiço, Meus passos pelas ruas e avenidas. Imagens entre espelhos refletidas, Mudando a claridade negam viço.
Mantendo o meu olhar vago e mortiço, Estendo as minhas mãos, nego as saídas, As horas que vivemos, distraídas, O tempo que pensei, já nem cobiço...
Sentir tua presença, ser só teu... O quanto da verdade se perdeu Nos becos das estúpidas paixões.
Errático cometa; sigo à toa, A voz que vai distante não ecoa Desafinando inúteis violões... Marcos Loures
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Proporcionando enfim, rara ternura O cântico profano enluarado, Silenciando em glória a desventura Mudando em luz soberba antigo Fado.
Embora a solidão trame amargura O verso em pleno amor extasiado Não traz sequer resíduos do passado, Provê nosso caminho em tal fartura
Que nada impedirá gozo supremo. Ao lado de quem amo; nada temo, A vida se desdobra em raro encanto.
Estrelas e cometas seguem rastros Do amor que se deslinda em belos astros E deles vem surgindo um claro manto. Marcos Loures
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Proporcionando a glória em temperança Um sonho em calmaria concebido Nós somos passageiros da esperança Que faz amor ser forte e destemido.
Nos olhos carregamos a aliança Do sonho que queremos repartido. Amor é como fosse uma criança Precisa de carinho, não duvido.
Pois vamos, nesta vida sem ter medo, Já que nós conhecemos o segredo. Num passo bem mais firme, pois coeso.
Da mão desta ventura maviosa, Uma expressão atroz e dolorosa Percebe, com certeza todo o peso. Marcos Loures
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Proponho algum dueto com a sorte, Persisto nesta inútil tentativa, Enquanto a realidade já me priva Cultivo a sensação de dor e morte.
Não tendo quem me ampare nem suporte Minha alma a cada dia mais cativa Só quer que pelo menos sobreviva Cicatrizando enfim, o velho corte.
Padeço da total inexistência, Mas não quero ironia da clemência Tampouco algum sarcástico perdão.
Aonde procurei um braço amigo, Somente a maravilha do jazigo Retornando; fiel, ao barro, ao chão...
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Propondo com firmeza, uma alegria Abençoando a vida de quem sonha, Espalha a mansidão em noite fria, Promessa de outra senda mais risonha.
O quanto te desejo e te queria, Quem ama não mais teme ou se envergonha Espalha pelas ruas, poesia Deixando a solidão morrer, tristonha.
Servindo com carinho ao servidor, Levado pelas mãos da imensa paz, Amor a cada dia já nos traz
Um novo alvorecer encantador. Expresso em cada verso esta verdade, Amor vem renovando a mocidade... Marcos Loures
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Propenso a navegar mares passados, O cais já se mostrando bem distante, Aonde se fizera fascinante Jardim, somente mostra espinhos, cardos.
Os galhos do arvoredo, destroçados, Dos sonhos de prazer, simples migrante, O riso que em sarcasmo, provocante, Denota antigos barcos naufragados.
Veria alguma luz se não houvesse A sombra do que fui e não mais sou. Entregue a tal delírio, resta a prece
E nela a fervorosa alegoria, Porém ao ver que o tempo em vão passou, O mar foge da areia, em agonia...
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Prometo ser aluno dedicado E decorar a tua geografia, Descendo pelos montes vejo um prado Aonde o teu tesouro se escondia. Percebo este caminho arrepiado Marcado por desejo e fantasia...
Encontrando uma bela depressão Formada por riachos e lagoas. Um gêiser divinal em erupção Mostrando que estas aulas serão boas. Recolho mansamente a inundação Que é feita das fantásticas garoas
Aprendo esta lição, mas vou pedir, Amada mestra; eu quero repetir!
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Prometo não perder nenhum detalhe Destes momentos lindos que vivemos Mesmo que a solidão, depois retalhe Eu lembrarei de tudo o que tivemos
Retrato que estampado na parede Sorriso emoldurado em bela tela. Em tanto amor, querida, eu mato a sede E a vida mais bonita se revela.
Tua presença meiga e perfumada Meus olhos embotados de saudade... Pois sem te ter comigo a vida é nada, Não resta nem luar ou claridade...
Por isso, venha logo. A triste espera Matando devagar a primavera... Marcos Loures
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Prometem um jantar maravilhoso Em lauta refeição pernas abertas De um jeito mais audaz sempre guloso Jogando pelo chão essas cobertas.
Alertas entre tramas e misturas Fronteiras esquecidas, penetradas Marcadas por carinhos e ternuras Procuras tantas vezes delicadas.
Colírios para os olhos, transparências Pecados escolhidos quase a dedos, Que falem que entre nós não há decências Descubram eles mesmos os segredos
Que fazem dos enredos, redes, teias. Enquanto tu provocas e incendeias... Marcos Loures
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Promete para amor, fertilidade A mansidão gentil de quem afaga, Não pedindo carinho como paga Estende sua mão, dá liberdade
Usando de total sinceridade Não quero a tua boca feita em draga, Água demais? A planta já se estraga E morre sem saber felicidade.
Porém quem se mostrando eficiente Não teme a chuva forte ou inclemente Depois de certo tempo é desfrutar
A mão que acaricia e nunca cobra, Não tendo uma procela, não soçobra, Recolhe cada fruto do pomar. Marcos Loures
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Promete em carnaval somente o frio Inverno de minha alma sem juízo, Apenas coletando o prejuízo O nada versus nada sempre crio.
Andando minha sorte por um fio Quem dera se encontrasse algum sorriso. A vida se passando e sem aviso O dia se transcorre no vazio.
A boca que procuro não tem tempo, Não quero um vão amor por passatempo Nem mesmo sou capaz de me entregar
A quem por tantas vezes não queria, Joguete da tristeza e da alegria Caminho em tempestade, devagar... Marcos Loures
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Promete ao fim de tudo essa ventura Que tanto procurei a vida afora O bem que com carinhos me decora Percebe nos teus lábios a brandura
Na fantasia plena que assegura Deixando ao triste adeus lado de fora E a cada novo passo quando escora Já torna a minha vida calma e pura.
Guardando nos meus olhos teu olhar Espelhas o que eu sempre e tanto quis. Agora com certeza estou feliz
Enquanto a noite chega devagar E a lua espalha em nós clara nudez No amor inesquecível que se fez... Marcos Loures
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Promete ao fim da luta uma vitória, Um coração que a ti já se entregou. Recebe em euforia tal vanglória E mostra a perfeição que te moldou,
Não tendo mais tristezas na memória Agora que meu rumo te encontrou, Mudando num momento a minha história Contigo ao infinito, sempre vou.
E vejo ser possível nova sorte Calando o meu destino aventureiro. Nos braços de quem amo tal suporte
Não deixa o passo ser titubeante Quem tem amor sincero e verdadeiro Decerto, nesta vida é um gigante. Marcos Loures
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Promessas que fizemos Em tempos mais distantes Atando nossos remos Em mares deslumbrantes
Aos poucos conhecemos Amores triunfantes Agora já sabemos, O que tivemos antes
De termos conhecido Os termos de um amor Que é grácil; porém trágico,
Tão frágil vai perdido Em brilho encantador, Um sonho atroz e mágico...
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Promessas que cansei já de escutar Repetem as mentiras ilusórias, De todas emoções, restaram escórias, Eu não conhecerei a praia ou mar.
No pacto que fizemos, vim buscar, Revigorando em vão velhas memórias. São falsas tuas jóias, e as vitórias Nas Tróias vi meu mundo desabar.
Um anjo dos safados me mostrou, Que nada, sempre o nada, me restou, Fazendo deste canto, voz vazia.
Porém eu não preciso mais de pena, Por mais que seja triste e dura a cena Jamais permitirei tal heresia. Marcos Loures
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Promessas desta vida que eu bem quis Benquistas emoções colecionando O tempo vai aos poucos se bordando Em cores divinais, raro matiz.
O quanto na verdade eu sou feliz Permite novo sonho deslumbrando O verso em alegrias se forrando Invade o coração de um aprendiz
Já não carrego cortes nem feridas Apenas o teu corpo tatuado Unindo o que já foram duas vidas
Agora num só ser emoldurado O sonho de viver eternamente Tornando uma alegria mais urgente... Marcos Loures
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Promessa do amanhã, deveras lindo Eu vejo nos teus olhos, claro azul, Futuro mavioso eu já deslindo Matando o meu passado, amargo, blues.
Erguendo o pensamento, num instante, Eu chego ao mais sublime sentimento. O beijo que se rouba, triunfante, Revigorando a vida num momento.
Eu quero estar contigo, e não me canso De ter esta ilusão junto comigo. Usufruindo agora do remanso, Não temo qualquer dor, qualquer perigo.
Meus dias serão plenos de delícias, Em meio a teus desejos e carícias... Marcos Loures
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Promessa de outro tempo; cativante; Domina o pensamento de quem ama. Não quero uma ilusória e frágil fama, Apenas teu olhar a cada instante.
A vida não se guarda numa estante Necessário manter acesa a chama, A poesia agora já nos chama Tomando nossas mãos; em paz constante.
Dancemos, pois, a noite nos pertence Quem persevera em sonhos, sempre vence Realidade é feita pouco a pouco...
Às dores meus ouvidos são de mouco, À luz que me inebria, qual falena, Mergulho destemido, a cada cena... Marcos Loures
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Promessa de florais em primavera No jogo que se mostra cara a cara, Não quero mais talvez e nem quem dera O quase que se foi, já desampara.
O rito sem gravata e sensatez Merece que se bise esta canção. O vinho que se bebe a cada vez Permite que se entenda esta emoção.
Monções e vendavais eu nem mais temo, Apenas vou seguindo a correnteza, Se eu tenho em minhas mãos o barco e o remo Não tenho que penar qualquer tristeza
Vendendo sempre o peixe de um amor, Eu tenho um novo mundo a te propor... Marcos Loures
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Promessa aterradora de vingança, A vida se perdeu sem diapasão. As flores que não têm caramanchão, Demonstram seu perfil: desesperança!
Recendem velhos cravos na lembrança, São formas de total abnegação, Os vasos que se quebram, nosso chão. No fundo representam arco e lança.
Promessa desmedida, sem critério. Não deixa que eu vislumbre sequer rumo. Queima-me, me tortura qual cautério.
Vencido nas batalhas mais venais. Desejo de viver! Tonto, me aprumo. Em meio a tais promessas, peço paz! Marcos Loures
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Promessa aterradora de vingança, A vida se perdeu sem diapasão. As flores que não têm caramanchão, Demonstram seu perfil: desesperança!
Recendem velhos cravos na lembrança, São formas de total abnegação, São vasos que se quebram, nosso chão. No fundo representam arco e lança.
Promessa desmedida, sem critério. Não deixa que eu vislumbre sequer rumo. Queima-me, me tortura qual cautério.
Vencido nas batalhas mais venais. Desejo de viver, tonto, me aprumo. Em meio a tais promessas, peço paz! Marcos Loures
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Projetos de outro mundo em novo encanto Perdidos na gaveta da esperança. Enquanto a dor num átimo me alcança A morte sorrateira traz seu manto.
Amargo lavrador, abrolhos planto, Apenas o vazio por fiança, Nas mãos da solidão eu vejo a lança Sendo contraditório eu não me espanto.
E chego a desejar este tormento. Um fogo que consome em fúria, lento. Alijo as ilusões que a vida traz.
E posso perceber que sendo assim, Depois de tanto tempo encontro enfim Aquilo que busquei: a morte em paz.. Marcos Loures
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Profundas e profanas ventanias, Proféticas mensagens do passado, Oráculo em meus sonhos, disfarçado, Arpejos entre cordas e harmonias.
Percebo em sintomáticas folias Momento pouco a pouco desvendado Versando sobre o amor agraciado Por mãos de mansas Fadas, fantasias...
Erijo os meus castelos sobre a areia E o tombo movediço se prevê, Buscado uma resposta, sem porque,
A tarde em sol intenso me incendeia, Mormaços em minha alma. Vida em vão; Após a tempestade, solidão... Marcos Loures
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Profundamente imerso em tantas ânsias, Calejo uma emoção em corpo frágil. Percebo, nos teus olhos repugnância Na fuga que encetaste, bem mais ágil. Nas dores que guardei em leda infância A sorte que sonhara, simples plágio.
Ao ver-me assim, exposto a tais ruínas, Do altar que imaginei, amor sincero, Na luta que bem sei tu abominas A solidão devora em gesto fero. Numa ressurreição de antigas minas Um resto de ilusão que ainda espero.
Os vermes pouco a pouco me tomando Não sei se aguardarei nem até quando...
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Profunda sensação de fundo corte De adaga putrefata ainda ecoa. Promessa benfazeja de uma morte Que vem silenciosa e não perdoa. Quem dera se tivéssemos a sorte De um barco abalroado em plena proa.
Talvez não rastejasse esta saudade De um tempo em não fui simples cativo. Desilusões perpétuas, dura grade Moldando minha vida em forte crivo. Dos sonhos que morreram sem alarde, Até desta vontade já me privo.
E rondo qual falena,à morte um lume, Sem lágrimas, sem medos, sem queixume...
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Profunda imensidade de teus olhos Mergulho em infinitos benfazejos. Deixando para trás duros abrolhos Marcando minha vida em teus desejos.
Das dores que colhera sempre em molhos Agora não mais restam relampejos. Janela escancarada sem ferrolhos Aguarda a maravilha feita em beijos
De quem alçando um sonho encontrei Vestida de ilusões e de carícias. Entorna em minha vida tais delícias,
Do amor ao qual, decerto eu dediquei A minha mocidade tão distante, Felicidade chega num rompante...
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Profunda calmaria no meu peito Depois de tantos dias sem te ter. Sabendo que do amor, insatisfeito, Durante tanto tempo, te perder...
Sem rios, sem verdor, também sem matas, Em meio a tal deserto, sentimento... A força que em teus braços, me arrebatas, Vencendo as tempestades, mau momento...
Invejas desta sorte que eu trazia, Levaram teus olhares mais distantes. Matando com a minha fantasia; Deixando os firmes pés tão vacilantes.
Porém o mesmo vento, enfim, te trouxe, Tornando o meu viver, calmo e mais doce...
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Professo nada mais que a fantasia, E nela os sentimentos se confundem Amor, sonho, delírio, dor e alegria Matérias que dispersas já se fundem.
Tu sabes do que eu sinto quando cantas Com tua voz suave e sempre amena; As tramas que eu entranho, mesmo tantas Concebe quem adoça ou envenena.
Seria tão somente um passageiro Que há tanto perde sempre o velho bonde, Procuro me encontra, mas não sei onde,
Apenas um corsário aventureiro Em mares tão revoltos sem algemas Incauto mergulhando em vãos poemas...
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Profanas as vontades de poder entrar em teus caminhos, ser teu homem, entrego-me à loucura do prazer nas chamas que nos queimam e consomem.
Sorvendo cada gota do teu gozo, no mel que adoça a vida e me vicia, teu corpo delicado e tão gostoso a boca que me beija e que me guia
ao cálice divino e sensual, rodeios e promessas, fogo e flama, a língua sem juízo e casual ardendo no teu corpo, bebe a chama.
E assim, em mil orgasmos explodindo, amor já nos domina, possuindo...
12900
Produtos da delícia em fantasias Nós somos o que somos, nada mais. O nada que me deste e dividias Não deixa outra saída e quebro o cais.
A rota deste sonho em duas vias Invade os ritos loucos, bacanais No vício que tempera estas orgias, Satânicas vontades sensuais.
Joguetes de nós mesmos, pau e pedra, Quem vive tal amor, eu sei, não medra Emplastos de nós mesmos, bem colados.
Nos rastros que deixamos no caminho, Somamos, dividimos, pão e vinho Os beijos mais gostosos, os roubados... Marcos Loures
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