A talhe de foice

Data 05/01/2011 01:40:55 | Tópico: Poemas

Anda…
Anda que não me compras,
Com essas camisas pretas,
Com essas capitais escusas,
Com essas internacionais negras,
Com essas línguas sinistras…
Que o meu clamor é um escarro,
Oceano de força bruta…
Que não se sustem nem tem…
Medo dos filhos da puta.
Anda pelos meus dedos…
Gadanha que corta golas
Onde abotoas gargantas…
De génio covarde fascista,
Que te desvigora a palavra
Do teu verbo pútrido…
Autista.
Desfigure eu o meu corpo em trabalho
A erguer bandeiras de greve,
Caído em dor pelas costas,
Empenado de joelho a artelho…
Anda facho de merda…
Vou-te pintar de vermelho.
Anda que não me compras,
Meu corpo de ser proletário,
Farto de ser migalha
Do pouco pão e menos salário…
Anda monte de merda,
Anda cabrão chauvinista
Que com foice e martelo…
Meu corpo é comunista!



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