Entre suas pernas
Data 08/01/2011 00:05:32 | Tópico: Poemas
| Ainda que eu caminhasse pelas mesmas ruas De sonho e sangue contaminado E contemplasse a luzes estrelares mortas em sorrisos, Arterias abertas e lágrimas, A maquiagem desfeita após a surra, Viver ainda seria relevante ?
De vielas e recantos onde lascívia vende-se barata Aspiro mais que o particular abandono. Ainda que mentisse iludido e partilhando O riso enfurecido da fera nocturna machucada, Nada seria como outrora,em idílios azuis.
A língua na minha e a marca, O carinho fácil entre sombras, A sociabilidade inata e os planos,toda promessa mais sincera. O adeus amargo pesando entre dentes que cerrados Contraem-se e chocam-se na boca ferida.
A pele macia e o pequenos seios Transcenden enfrentando ocasionais mortes E ressureições interrompidas. A razão e a forma ideais dando as mãos e acenando para o nunca mais Banal ausência,dúvida.
Revela-se na minha fronte o desejo Da roupa desfeita e da palavra que permanece Ao redor do corpo no outonal crepúsculo Como a extensão do túmulo alugado.
Mergulho no desaguar de lamento Que a esmo choca-se ao relento Com a última atenção formando-se Como ilha isolada em mar de vagos pensamentos Levando ao meio de suas pernas,entre suas coxas.
|
|