Nó Cego

Data 08/01/2011 22:43:06 | Tópico: Textos

Preenches-me as horas com obstinada precisão, que se me abstrair e tentar deslindar este nó cego de mim, não sei quando chegaste, ao que vieste e porque ficaste. Sei apenas que atada a ti, me sinto bailar entre um luar manso de primavera e o alvorecer de um dia feliz.
Deslizas pelo meu pensamento com a desenvoltura de uma nascente que corre em busca da foz. Difícil, quase impossível, é evitar que te graves em mim. Mais ainda.
Debalde, tento racionalizar, tento virar-me do avesso, tento olhar-te sem te ver, tento exangue arrancar o teu sorriso do meu… E falho.
E neste exercício de não te querer, de não respirar qualquer emoção, nesta vã tentativa de desatar o nó, acabo presa ao teu olhar... e perdida na doçura da tua essência. Presa a ti.

Outubro de 2010



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