
O AMOR E O PÓ DOS SÉCULOS
Data 11/01/2011 02:32:06 | Tópico: Poemas -> Amor
| Por que me perturbas, através deste quadro? A pintura torna-se viva quando, com jeito leviano, tu te deixas pousar no suporte da lâmpada!
Atormentar-me, eu sei que pretendes, em razão d’eu não querer admitir que te amo ...
Maldita bruxa!
Por que voas para o quarto, e quando, de ti, vou atrás, desapareces, deixando-me perdido na ânsia do teu encalço?
Quero negar a pintura, anular feiticeira imagem, que nela se enquadra ... Mas não posso! É a única senda por onde posso caminhar!
Não, não quero ver-te passando em voo, com suas peludas asas de obscura mariposa, a espalhar o pó dos séculos, para, meus olhos, cegar ... Preciso não enxergar!
Porém, quero sentir-te, linda na grande obra, por mim, um dia, pintada, e nesta vil parede, postada!
Mulher, tu não me esqueces, nem me deixas esquecer-te ...
De longe, vens, cruzando o vazio éter, trazendo o fogoso carinho que queima minh’envergad’alma, que ainda pede por teu amor!
Não importa que a dor, em vão, não sare meu espírito ... Estarei sempre, teu retorno, a esperar, sem querer, nem poder recuar, pois invade-me ainda, teu velho amor secular!
Nota do autor. “Nesta peça poética, o velho amor secular confunde-se com nosso ininterrupto caminho de finitudes.”
http://armorizzi.prosaeverso.net http://robertoarmorizzi.blogspot.com http://www.artmajeur.com/armorizzi http://www.artmajeur.com/roberto http://www.artmajeur.com/conceptual
|
|