Pedra
Data 12/01/2011 10:21:27 | Tópico: Poemas -> Introspecção
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Rudes são todos aqueles Que querem e não se têm Sabendo-se arlequins nas malhas polidas Pela aragem de um vento agreste
São sóis Em espaços bélicos São luminescências Em partos disformes Os traços deixados pelos que riscam Os grossos modos de se enroscarem no chão
Criteriosos os olhares Amortecidos no pó do caminho São tão negros da fome E de tudo o mais que lhes ofertaram Nas malgas dos pobres
(Pobreza farta Mendigos a saciarem-se nas ruas desertas E eu tão vazia de mim nestes socalcos toscos Onde me despedi da minha alma )
Habita o cume mais alto Mas ela não me cita Nem reclama por mim Não se prostra a meus pés Para que lhe beije o manto Não se reproduz Nem quer voltar a ser sol no meu caminho E eu tão veemente solicitada cá em baixo Que meu corpo se quebrou E se volveu à terra fria
(Petrificou-se no limbo da minha sapiência Desmaiou Ensaiou Mortificou-se Ou só se anulou no centro dos meus olhos?)
Pedra é Pó será Sulcos no meu corpo Ressonância a deslizar sem dó Dormência fatal
(Foto, correntes baixas do Rio Paiva)
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