
SEMANA
Data 08/10/2006 12:57:29 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| SEMANA
Segunda: A morte espreita, a cada canto da rua – Caveira branca, luzidia –, vem dizer, Que o sol se pôs, e a noite será sua.
Terça:
E o sonho não acaba, e a vida é imensa, De raivas, dor, e de folia, E a lágrima corre intensa, Até que ao rio nasça o dia.
Quarta:
De lua prenhe, e urros no ar... As bruxas dançam, a coruja pia, E o menino junto à cama, a rezar, Pede baixinho, que lhe concedam novo dia.
Quinta:
É o dia do meu espanto, De calma e observação. E absorto, no puro encanto, Sento-me tranquilo, a olhar o vão.
Sexta:
É noite de festa... Vinhos, e fado... E à luz da vela, o olhar fatal, Recorda outras, e são passado, De notas arrancadas à corda metal.
Sábado:
De mim já pouco resta, Flor silvestre, a definhar. E morro entre o pó, a meio a giesta, Onde a alma será vingar.
Domingo:
Domingo... Que dizer, do Domingo? Mendigo sem calor, Que pede, e traz por caridade, A falsa virtude a solidariedade, Num prato frio, e sem amor?
Jorge Humberto In Mosaico
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Segunda: A morte espreita, a cada canto da rua – Caveira branca, luzidia –, vem dizer, Que o sol se pôs, e a noite será sua.
Terça:
E o sonho não acaba, e a vida é imensa, De raivas, dor, e de folia, E a lágrima corre intensa, Até que ao rio nasça o dia.
Quarta:
De lua prenhe, e urros no ar... As bruxas dançam, a coruja pia, E o menino junto à cama, a rezar, Pede baixinho, que lhe concedam novo dia.
Quinta:
É o dia do meu espanto, De calma e observação. E absorto, no puro encanto, Sento-me tranquilo, a olhar o vão.
Sexta:
É noite de festa... Vinhos, e fado... E à luz da vela, o olhar fatal, Recorda outras, e são passado, De notas arrancadas à corda metal.
Sábado:
De mim já pouco resta, Flor silvestre, a definhar. E morro entre o pó, a meio a giesta, Onde a alma será vingar.
Domingo:
Domingo... Que dizer, do Domingo? Mendigo sem calor, Que pede, e traz por caridade, A falsa virtude a solidariedade, Num prato frio, e sem amor?
Jorge Humberto In Mosaico
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