Brilho dossel, orgia das estrelas Namoradeiras á noite a beijar Ao ouvirem o bardo ficam a piscar E caem desajeitando as melenas.
Abraça-lhes o mar tíbio, ansioso, Atlântico senhor, espelho virginal. Tingido de azul, vê-se mais fogoso Um gozo de rei, prazer celestial
Lindas falenas nas espumas a nadar São noivas d’água, bailado do acasalar Que ao marinheiro faz recordar Da amada que ficou a o esperar
Vai mar, amar os segredos do céu Retira-lhe o véu, todo dia a se casar. Assim são teus olhos claros ao léu Espelhos onde estou sempre a morar.
Claridade onde estou a mergulhar No teu corpo coberto de sais Vestida de estrela e corais Desejos eternos, beijos imortais
Mais que a eternidade do topázio Sede insaciável... Fazem-nos irreais. Ultrajando o infinito, constante cio Nomeando constelações astrais Instigando a fertilidade oceânica Emergindo o paraíso de Platão Atena e Hefesto na Atlântida Eu e tu, mar, Vênus e sedução!