QUANDO EU ME FOR EMBORA

Data 20/01/2011 20:46:35 | Tópico: Poemas


QUANDO EU ME FOR EMBORA


Quando eu me for embora, levarei comigo

a madrugada e de meu pai, suas mãos rudes,

com que moldava, a golpes incisivos,um tronco
frágil

insubmisso, sempre em sentido vertical.

De minha mãe, não esqueço, a ternura que mandava, disfarçada,

por entre o pão suado e a manteiga. Assim cresci.



Quando eu me for embora, também não esquecerei, os luares

que percorri, envolto em ti, sem precisar de

leito. Assim cresci.



Mais tarde, pouco mais, hei-de lembrar-me daquilo que não fiz.

Mas quando eu me for embora, é porque morri, cá dentro,

por não saber cuidar de ti, amor-perfeito.



arfemo
(rep)
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