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 SERIAL KILLER DAS PALAVRASData 20/01/2011 21:40:02 | Tópico: Poemas
 
 |  | Nada de colocar acesso restrito. Chega de restrições. Mas olha tens uns palavrões aí, eu aviso. Nada que não se ouça na novela das oito. SERIAL KILLER DAS PALAVRAS
 
 Amasso o cabelo deitado...
 O travesseiro vai atravessado
 No meio das coxas, de viés...
 O silêncio come até o marulho
 Das vagas no cimento
 Os carros passam as rodas
 Sobre os meus pés
 Os motoristas não percebem
 Não sabem das suas barbeiragens
 Contra os meus supostos dedos...
 E mais as bicicletas e suas pernas rodando
 Passando em trancos no meio das poças
 Espirrando bostas...
 Merda, que merda...
 (Faz tempo que não escrevo “merda”)
 Porra. É uma merda mesmo...
 Nem na cama mais estou, faz tempo...
 Vou, troto feito um cavalo manco,
 O meu corpo enrijeceu
 E o antigo ser que era eu, já voou, se escafedeu...
 Sobrepujou baixo os tetos dos casarios,
 Os esculachos do vizinho no próprio filho
 Que ouço daqui e fico sem jeito de ouvir
 Mesmo sem ninguém saber... Mas eu sei... Eu sei...
 Por mim dava uma porrada na cara daquele babaca
 Mas o que é melhor para mim, para o moleque?
 Bater nele seria puro egoísmo, mas seria bom...
 E verso o momento só com as raspas da mente
 Do ser refratário que sobrou
 Desgraça de cabeça estagnada...
 Vou em frente, ando, ando
 Circulo as minhas idéias de mãos dadas
 As mesmas porcas e parcas idéias
 Um bando de pistoleiras
 Vou rindo e atirando nelas:
 Metendo bala... e bala... pow! pow!
 ...criando e matando a poesia que não se resolve
 Sai! Morre! Quero tudo para debaixo da terra...
 Era só isso o que me faltava
 Agora sou também um serial killer das palavras
 Vai ver sempre fui...
 Merda. Glória seja, se matar for minha vocação.
 
 
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