
SIGO UMA VIAGEM SEM FIM
Data 21/01/2011 20:07:26 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Sigo uma viagem sem fim nem sequer apeadeiro – levo na noite um luzeiro, que mostre partes de mim.
Uma perna um farto braço, gesticulando impropérios, derrubando vãos impérios, com todo o meu embaraço.
Ouço bem perto a corrente, de um rio bêbado de força – e olhos de vidro duma corça, sai do mato, num repente.
Longe vaia o corrediço susto, que apesar do sol se mostrar, fraco, fraquinho, a motejar, inda vai a lua – inchado busto.
Mas eis a horizonte nado sol, a aquecer-me os esqueletos: é que não trago documentos, digo-o baixo, ao lento caracol.
Vagabundo não precisa! Ora! Nem falta pesará a ninguém! Poeta é este, aquele, alguém, coisas banais não são demora.
Assim sigo meu caminho meio à Natureza e às fontes frescas – belas moças trazem suas cestas à cabeça e vejo um fugidio seio.
E é tudo tão natural que eu me encho de preceito e de conserto, cala-se a voz, em lance de acerto, deixo fluir as coisas… e se… e se.
Começo a namorar uma menina, recito-lhe fulgurante um poema – o que procuro não são diademas, mas o quê desta inquietude felina.
Jorge Humberto 21/01/11
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