
MITOLOGIAS AFRICANAS
Data 24/01/2011 15:11:49 | Tópico: Sonetos
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Vodun Abuk primeira entre as mulheres, Mitológica deusa Dinka, do Sudão Dos jardins a sobeja proteção Aonde com certeza o bem que queres, A mãe de Denka, o deus celestial Trazendo como emblema uma serpente, O quanto em seu caminho se apresente Um ato tão diverso e magistral, A deusa que se fez mulher expressa A sorte em mais diversa claridade E quando se percebe a divindade No qual a própria vida recomeça Dos Dinkas primazia de poder Além de amar, parir, enternecer.
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Em Jok vejo a suprema divindade, De tudo o criador, regendo o passo, E quando assim o sonho busco e traço Dos Drinkas o que possa a liberdade, E tanto quanto o tempo nos invade Tramando o que se queira, mesmo escasso, Ou quando noutro rumo eu quero e faço Devendo ao deus maior a claridade, Excelso deus transforma e já domina E tanto nos criando e nos trazendo O todo noutro fato, em dividendo Marcando o que pudesse em rara mina, E Jok traduz enfim o ser eterno Onipotente Pai onde me interno.
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Dos Lugbara este deus, o protetor Traçando a cada instante novo quadro E vejo esta superna luz em Adro, E nele o tão sublime criador, Gestando cada passo em seu louvor O todo num momento agora enquadro, Maléfico também traçando a dor, Um ser dual que molda a criatura E gera do caminho e se afigura Qual fosse; na total dicotomia Deus da terra, do fogo e da savana Enquanto Adroa sobre o céu se explana A sorte noutra face se veria.
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Adroa representa o bem e o mal O criador dos céus, para os Lugbara Aonde a própria sorte se prepara Num rito mais diverso e desigual, Assim se aproxima o doce e o sal, A vida se anuncia escura e clara, O quanto a cada instante se escancara Num ato tão audaz quanto venal, Surgindo ao moribundo o deus se vendo Tramando no final um ledo adendo E nisto se presume em face vária A luta que se mostra e não descansa Marcando com terror uma esperança Ou mesmo nos domina em luminária.
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Do povo Igbo tal deusa, a principal Trazendo dentro em si fertilidade, Da Terra a soberana majestade Marcando em rito audaz e divinal, Vejo Ala governando o imenso chão Também o subterrâneo, extrema luz Que tanto quanto rege reproduz E mostra de tal forma a dimensão. Porém quando se vê contrariada Deixando aspecto novo sempre a nu Desenha o que se diz ser um tabu E a sorte desta forma demarcada, Presume este castigo em tom atroz, Matando da esperança a mansa foz.
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Arugbá Òsun, uma orixá Escolhida; levando igbá nas mãos, Trazendo da esperanças raros grãos Na virgem que se fez em yorubá. Assim ao se mostrar soberania A sorte noutro instante se traduz Marcando este cenário em rara luz E nisto tanto brilho se veria, Dos sonhos desenhados, sei que algum Pudera tão somente traduzir Na senda mais distante do porvir A divindade maga, nossa Oxum, E nisto se traduz sacerdotisa Escolhida entre os fiéis, a sorte em brisa...
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Em Baron Cimitière, o guardião Vodu que protegendo os cemitérios Traçando a cada instante estes mistérios E neles outros tantos que virão, Marcando a todo instante a direção Diversa desenhada em tais critérios Os dias entre tantos, seus impérios Toando com a dor e a imprecisão, Um dos Guédé traduz a turbulência E mostra escuridão em evidência Trazendo a mais amarga realidade, Depois de tanto sonho ora desfeito, Eternamente em vão quando me deito, A morte sem perdão adentra e invade.
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No Baron Kriminel o julgamento Injusto persistindo em fúria plena E quando alguém possui tudo envenena E neste vão cenário todo o tormento, E quantas vezes busco o sonho e tento Sem ter o que deveras me serena, A luta sem sentido quando acena Transforma este cenário em tom sangrento. Atacando no instante mais venal Marcando em ato rude, e desigual Cenário em truculência, tão mordaz. E nesta divindade do voudu O mundo se desenha nu e cru E expressa o que a incerteza leda traz.
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Baron La Croix ditando a morte aonde O tanto que pudera ser feliz Expressa todo o bem que em vida quis E nisto outro cenário corresponde, Além do que deveras lá se esconde, Não traz da vida alguma cicatriz E mostra este momento e contradiz O quanto no vazio não responde, O tempo de viver merece o gozo, E quanto mais sublime e majestoso Divina a companhia após a vida, A cruz se estampa assim quase que hedônica E quando a própria morte é mais harmônica Da sorte desejada, bem servida.
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Catoblepas um ser divino expressa Na face animalesca outro momento Quadrúpede que alado em tal tormento Transmite o quanto quer e assim começa Cabeça gigantesca, cabisbaixo O olhar num horizonte limitado O mundo quando tanto quero e invado Trazendo deste brilho um mero facho, E quanto poderia ser diverso Na etíope caminhada a divindade Num misto de temor e insanidade Presume este cenário aonde eu verso, Vagando pela vida simplesmente, O quanto se buscara além se tente.
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Ezili Dantor deusa que expressara A proteção das mães, e sendo Iwa Presume o que pudesse e mostrará O tempo noutro tempo, a vida clara. Uma Madona negra em sincretismo Assim como se vê na Aparecida, Trazendo outra esperança em rara vida Diminuindo então tal turvo abismo, E quando se anuncia a sorte imensa E gera noutro passo o que se queira A luta desenhando esta bandeira Onde irmandade plena nos compensa Das tramas ardilosas de um passado A cada novo instante, destroçado.
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O mundo que se vê noutro sentido Em espiritual caminho traz A sorte mesmo quando se é mordaz O passo noutro encanto resumido, E vejo deste canto o dividido Momento entre o temor e o ser audaz, Regendo o que pudera e sei que faz No caminhar disperso onde lapido, Guinee que no voudu dita o reinado Aonde se desenha num traçado Diverso o que tentasse ser além, Do quanto a cada instante sempre vem Mudando a direção de cada vento, E nisto se presume estar atento.
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Em iorubá tramando cada crença Dança, mito e festa, luz e turbulência No quanto a própria vida traz ciência Do mundo onde a verdade se convença E marque com castigo ou violência Vingança ou doce alento em recompensa Na sorte divergente e mesmo imensa Aonde não existe coincidência, O todo se anuncia neste Itan E nele se percebe todo o élan Marcante caminhada sobre a vida, E tudo se aproxima enquanto tento Beber a cada passo um elemento, E assim o meu futuro se lapida.
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Em Nambi se desenha a deusa mor Reinando desde Uganda o mundo inteiro, E dita o imenso céu, o verdadeiro Caminho feito além e já de cor, O tanto que pudesse bem melhor Ousando da esperança um jardineiro, Dos homens sobre a Terra, o ser primeiro Trazendo como esposa o dom maior. A vida se fazendo neste instante Da deusa com um homem se garante E traça este final matriarcal, A divindade mostra em tal cenário O rumo sem igual itinerário Gestando outro momento sem igual.
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Namwanga no Zaire deus supremo Domina toda a Terra e muito além Traçando o quanto possa e já contém Num rumo muito além do quanto extremo, O todo se anuncia e neste instante Suprema divindade se expressando Num tempo muitas vezes duro ou brando E nisto cada passo se garante, Marcante sensação do ser e crer O rumo desenhando em divindade O quanto se anuncia e além invade Gerando com certeza cada ser, Assim a vida molda esta nobreza E nela a mais sublime realeza.
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Loas Rada dominam cada passo São guardiões da moral e dos costumes E quando noutro muito ainda rumes E dita o que pudera noutro traço,
Marcando o quanto possa mesmo escasso Trazer ao fim de tudo estes perfumes Tramando muito além nos altos cumes O sonho que deveras quero e faço,
Vencendo os meus temores ancestrais Ditando o que sentisse e muito mais No voudu haitiano se desenha
A sorte mais audaz que já contenha O todo que pretendo a cada instante E o quanto se queria me agigante.
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Wuni se associando na harmonia Em positividade o quanto possa Marcando a mesma história, enquanto endossa O quanto tantas vezes se queria, Vencendo o que perdera e não teria, A luta se desenha e mesmo nossa Do todo anunciado aonde apossa Gerando no final esta utopia, O deus a cada instante sincroniza E dita o que virá em mansa brisa Gestando com ternura um novo passo, E tendo a sensação de plenitude Enquanto a vida às vezes desilude O rumo mais vibrante, anseio e traço.
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Abassi o criador de todo o mundo Segundo a dimensão Efik trazendo Em Suas mãos enquanto assim prevendo Traduzo este caminho mais profundo,
Com Asai esta esposa desejada, Dois humanos filhos Ele teve, Porém o quanto pôde aquém reteve Da fúria do prazer anunciada,
Mas desobedecido, então puniu Com morte a geração que assim criara, E neste caminhar sobre a seara
Do olhar de quem nascera enfim partiu, E os netos doravante são mortais, Histórias repetidas; desiguais?
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