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 Mitologia ArmêniaData 25/01/2011 09:08:30 | Tópico: Sonetos
 
 |  | Mitologia Armênia
 
 1
 
 Aramazd criador de todo este universo,
 E nesta arquitetura em precisão,
 Marcando cada passo e direção
 Aonde e pelo qual deveras verso,
 
 Fonte da fertilidade; aonde imerso
 Desenha-se com toda a dimensão
 Os dias que vieram e virão,
 E neste caminhar eu em tom diverso.
 
 O deus que das colheitas e dos frutos
 Presume a mais real sobrevivência
 E o tanto quanto possa em tal ciência
 
 Gestando o nascimento, vidas, lutos
 E tudo enquanto existe e mesmo além
 Traçando o quanto veio ou inda vem.
 
 2
 
 Hayk o arqueiro tramando a fundação
 Da Armênia e se mostrando em tal poder
 O quanto mais queria amanhecer
 Na imensa e mais sublime dimensão.
 E deste patriarca se permite
 Alçar a plenitude que se vê
 E trama a cada dia o seu por que
 Sem nada que decerto diz limite,
 O tempo imensidade se presume
 E dita outro caminho aonde possa,
 Vencer o que deveras trama a fossa
 E nisto se anuncia outro perfume,
 E a vida se refaz a cada instante
 E mostra enquanto queira e se agigante.
 
 
 3
 
 Aray representa a guerra e faz
 Do tempo um aliado ou inimigo
 E nisto quanto possa ali abrigo
 O mundo que tentara outrora em paz,
 O passo resoluto e mesmo audaz
 Gerando a cada instante outro perigo
 Marcando o que pudera e em vão persigo
 Tramando o que esta vida não me traz,
 Esqueço cada engodo e busco manso,
 Mas sei que na verdade ora me canso
 E tudo o que perdera vejo aqui
 Nas mãos audaciosas, temerárias
 Negando ao fim de tudo as luminárias
 Regendo em raro ardil, deus Aray.
 
 4
 
 Vahagn o deus solar tem na coragem
 O quanto desenhara em invencível
 Reinado e neste todo o quanto crível
 Trazendo em tal caminho outra visagem,
 Na sorte desenhada não ultrajem
 O passo noutro encanto, noutro nível
 E o rumo se tornando imprevisível
 Fortuna se aproxima como pajem,
 E o verso anunciando em mansa lira
 A fúria que domina e onde delira
 Poder tão soberano em luz imensa,
 E quando se presume o que se quer
 O mundo não seria mais qualquer
 E toda esta ventura ora compensa.
 
 5
 
 Barsamin divindade que domina
 O céu e todo o clima e desta forma
 O quanto a cada passo já conforma
 Marcando o que decerto ora fascina,
 A fonte que pudera cristalina
 A vida a cada instante se deforma
 Ou gera no final diversa norma
 Enquanto sem destino desatina.
 Vestindo esta ilusão já nada trama
 Sequer o que pudesse em fúria e chama,
 Vagando em temporais, raios, trovões
 Relâmpagos diversos, vendavais
 E nestes infinitos siderais
 Os olhos em diversas dimensões.
 
 6
 
 Quando Anahit trazendo o nascimento
 Fertilizando a Terra e todo o ser
 Permite o tão sublime renascer
 E neste caminhar eu me alimento
 E bebo da certeza a cada intento
 E sei do fabuloso e bom poder
 Que trace novamente amanhecer
 E nisto nos permite raro alento,
 O mundo se anuncia deste jeito
 E sendo que deveras me deleito
 No fato de poder eternidade,
 Ainda que se vá e não retorne
 A vida numa sorte se contorne
 E leve para sempre o quanto invade.
 
 7
 
 Astghik deusa do amor e da beleza
 Tramando a cada instante este cenário
 Divino e mavioso, um lampadário
 Trazendo a mais sublime fortaleza
 A sorte estando ali deveras presa
 Marcante sensação de um tempo vário
 Moldando o quanto possa, itinerário
 Vibrante sensação da vida ilesa,
 E tendo nos meus olhos a esperança
 Que tanto quanto quer já nos alcança
 Alavancando a vida dentro em nós
 No amor em liberdade e plenitude
 O passo com certeza nunca mude,
 Ditando esta alegria agora e após.
 
 8
 
 Tsovinar que ao trazer a chuva à Terra
 Permite o refazer a cada instante
 Do mundo que deveras se garante
 E nele toda a sorte assim se encerra,
 
 O tanto quanto possa sem a guerra
 Marcando o caminhar que doravante
 Traduza o que mais quero e se adiante
 Desenha dentro da alma a imensa serra;
 
 E bebo cada gota da alegria
 E tramo o que talvez não mais viria,
 Aliviando a dor de uma aridez,
 
 A senda se desenha em raro encanto,
 E vendo este momento então garanto
 O todo que decerto em paz tu vês.
 
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