
Poema da solidão
Data 25/01/2011 10:41:17 | Tópico: Poemas
| Poema da solidão
Busquei palavras alegres e elas, sumiram Sumiram, cansadas do tempo e da espera Nos rostos cansados, envelhecidos, tristes Alguns queimados pelo sol quente e agreste Nos campos, onde ali, nada se passa, somente... Rasgam nos céus, os abrutem negros, esperando A hora certa, a hora da morte que espreita, atrevida Em cada momento, num gesto impensado, espera No passo mal dado, no gesto desesperado, aflito... As horas cravam no peito da minha insanidade A dor de se sentir sozinho, ali no meio do nada No meio de tudo, no centro da terra, ninguém... Continuando aprender a solidão da vida, velozmente Que na espera, sem a grande vaidade e ela é sagaz No corpo morto, ali, abandonado na mata, sozinho Outrora, ela fora uma jovem bela e bonita, tão alegre E foi a cobiça do homem da solidão agressiva, doente Que jamais deixou entrar amor sadio, puro e inocente E o seu coração, fechado maltratado e aberto a solidão Um dia também foi deveras mal tratado por atos de desamor Mas a solidão não perdoa e cobra sem medo de errar Vestindo as vestes negras, vestes da noite fria e mal cheirosa Deixando fluir os fantasmas do passado sombrio! Quantos... Onde esperam pacientemente o passo prometido, mal dado Para a tua alma envenenar, povoar tua mente de pensamentos ruins Esta é a solidão de quem nunca está sozinho, de quem está revoltado... Quis escrever um poema à solidão e revoltei-me, chorei até Pelas palavras que escrevi sem querer, algumas bem desagradáveis Algumas duras e sinceras, mas que dilacera corações, tristes... Corações que choram sozinhos, choros de desamor Choros aflitos e sombrios da eterna solidão Na solidão de cada um que caminha por ai... Sozinho...
Betimartins
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