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 MITOLOGIA CHINESAData 25/01/2011 16:52:07 | Tópico: Poemas -> Religião
 
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 1
 
 Shangdi , o deus supremo, deus celeste
 Da dinastia Han, no Paraíso
 Vivendo e comandando em tom preciso
 O quanto noutro ponto nos reveste,
 O Imperador do Céu, o soberano
 Altíssimo Senhor, eternamente
 Reinando sobre tudo, se apresente
 A todo instante sem ter mais engano,
 Shangdi domina todo este universo
 E vendo em tal poder, a magistral
 Certeza de um anseio sem igual,
 Reverencio a cada novo verso,
 E pronuncio o nome em mandarim
 Daquele que domina início e fim.
 
 2
 
 Tian, ao traduzir o Cosmos traz
 Imagem criadora Céu sublime
 E quando num instante nos domine
 Com toda a sensação suprema e audaz,
 E na filosofia, esta união
 Compara-se em mistura com Shangdi
 E neste desenhar o deus que vi,
 Mostra sem senão, religião,
 Dos três reinos, Shangdi, Tian e enfim
 A própria humanidade; que é o central,
 O mundo configura-se em total
 Cenário onde o passo leva assim,
 Ao auge da perfeita sincronia
 O tempo noutro espaço se veria.
 
 3
 
 Nu Kua esta divina criadora
 De toda humanidade, deusa traz
 No passo mais sublime e mais audaz,
 Imagem que pudesse redentora,
 Associada às águas que paradas
 Permitem o viver de anfíbios, peixes
 E quando em tal cenário tu te deixes
 Levar; imagens belas desenhadas,
 Metade humana, outra metade cobra
 A deusa a cada tempo se anuncia,
 E tanto quanto possa em harmonia
 Gerando o que deveras se desdobra,
 Criando o ser humano, a deusa traça
 Criatura que audaz, voraz, devassa...
 
 4
 
 No início só havia este vazio
 O Céu e a Terra estando aprisionados
 Pan Ku rompendo a cela traz sonhados
 Anseios de quem sabe o desafio,
 Criando este universo e com machado
 Separa o Yin pesado, feito terra
 Do Yang que assim se eleva e já descerra
 O Céu em raros tons iluminado,
 Depois ao descansar, os elementos
 Nascendo de seu corpo, os mais diversos
 Aspectos que regendo os universos
 Trazendo de animais aos próprios ventos,
 E assim do deus em vário formatar
 Origem una e plena a harmonizar.
 
 5
 
 O primeiro desta Tríade de Augustos
 A quem se deve a escrita, a pescaria
 E a caça foi Fu Xi, dali viria
 O mundo em seus anseios, mesmo injustos
 A vida traz deveras tantos custos
 E o quanto a cada passo se veria
 Transcende ao quanto possa em harmonia,
 Cerzindo caminhares bem mais jutos.
 Ao ver em Fu Xi a imagem tão sublime
 De um deus com tanta força e luz,
 Aonde se garante e reproduz
 Além do próprio ser, o que se estime
 Cultura e tradição, sonho e pensar,
 Que a escrita nos permite eternizar.
 
 6
 
 Shennong, um patriarca, Augusto ser,
 Quando há cinco mil anos seu império
 Trazendo sobre a vida além mistério
 O quanto poderia mesmo crer,
 E o tanto que se tente descrever
 Marcando o quanto trama em seu critério,
 A vida se anuncia e deste etéreo
 Caminho outro cenário posso ver.
 Precede a dinastia Xia e traz
 Na face esta ventura que pudesse
 Vencer com mais denodo e rara messe
 O passo que se fora mais audaz,
 Destarte deste mito, deus, senhor,
 Imagem de um potente imperador.
 
 7
 
 Huang Di, o Imperador sábio e perfeito
 Reina após os Augustos e traz nas mãos
 A força da saúde e destes grãos
 Traduz o que pudera ser um pleito,
 Enquanto da justiça sem igual,
 No Império dominado pela paz,
 O reino se desenha enquanto faz
 Desta soberania um ritual,
 Marcado em tais caminhos com firmeza,
 Da medicina sendo protetor,
 O deus, mito, no fundo imperador,
 Traçando a vida em nobre fortaleza,
 O quanto do poder penso e revelo
 Nas mãos do Imperador, dito Amarelo.
 
 8
 
 Shaohao, Imperador das brônzeas eras,
 O filho de uma deusa tecelã
 Huange a bela fada que em manhã
 Sublime em clarões e primaveras
 Apaixonada fica pela estrela
 Que surge matutina em pleno céu.
 E quando encontra-a após levanta o véu
 E o sonho permitindo percebê-la
 Já grávida e Shaohao surgira assim,
 E enquanto Imperador criara além
 O reino aonde os pássaros se viam
 Que a ele neste instante já serviam,
 E mesmo como abutre segue e vem,
 Com seu filho Ru Shou, no arrebol
 Regendo dia a dia o pôr-do-sol.
 
 9
 
 Zhuanxu, monarca que deveras
 Criando o calendário; a astrologia,
 E da religião sempre teria
 Papel transcendental em priscas eras.
 Conduz o clã Shi para o leste e leva
 Em sua migração e quando vendo
 Os Dongyi, ao fazer em novo adendo
 Misturas entre clãs, a sorte ceva
 Aumenta o seu poder e um patriarca
 Mudando o velho tom matriarcal
 E nisto se apresenta sem igual,
 Enquanto para a história enfim se embarca,
 O neto de Huang Di se faz eterno,
 E desta forma traça um mundo terno.
 
 10
 
 Yao este imperador benevolente
 Unindo-se a Shun e Yu em harmonia
 Traçando o quanto existe e assim viria
 Trazer a sincronia que se sente,
 Gerando o patriarcado num feudal
 Modelo que domina grande parte
 Da história deste povo e sem aparte
 Expressa o mais diverso ritual,
 Filho de Ku, o herdeiro deste império,
 Gestando em paz suprema o seu reinado,
 Deixando para Shun o seu reinado,
 Mantendo neste ponto o seu critério,
 Usando da moral em raros trilhos,
 E Shun, o genro segue então seus trilhos.
 
 11
 
 Dilúvio que tomara o mundo inteiro
 Traçando uma desgraça à própria China
 E quando o passo além já determina,
 O quanto poderia e num ligeiro
 Caminho se traduz desfiladeiro
 E a sorte nada além teima e domina
 A vida que pudera cristalina
 Transforma num instante derradeiro,
 Da Yu o soberano com a ajuda
 Da deusa Nu Kua cria canais
 E escoa as águas tantas e isto muda
 Cenário de total desolação
 E assim entre diversos temporais,
 Encontra a mais perfeita solução.
 
 12
 
 O Imperador de Jade que é o Senhor
 Dos Céus e dos domínios sobre a Terra
 E neste Seu poder ora se encerra
 O quanto do universo em riso e dor,
 
 Durante a juventude, em harmonia
 Levava a vida em paz, respeito e luz,
 E neste caminhar o que produz
 Deveras noutro ponto se veria,
 
 Cultivando o Tao alcança então
 Esta imortalidade desejada,
 E o quanto se mostrando mais dourada
 Em nova e bela e rara dimensão,
 
 E quando dominara enfim o mal,
 O deus se mostraria sem igual.
 
 13
 
 No Taoísmo tendo a majestade
 Dos Três Puros Senhores, os supremos
 Quem tramam com certeza em tais extremos
 O quanto poderia em divindade
 E deste caminhar em força e glória
 Se faz esta expressão em luz sobeja
 E assim a cada passo o que deseja
 Moldando com firmeza a nossa história,
 Diversa em magnitude vejo então
 A tríade superna que nos guia
 E o tempo neste encanto, em harmonia
 Traduz o que se quer em direção
 Na rota do universo, o ser humano,
 Expressa da ventura ao triste dano.
 
 14
 
 Beiji Dadi, o Imperador que das estrelas
 Domina este infinito céu imenso
 E quando muitas vezes me compenso
 Somente por poder deveras vê-las
 Presumo a constelar supremacia
 De quem se fez além o deus e o Rei
 E quantas vezes mesmo ali vaguei
 Enquanto uma alma segue e fantasia,
 Ouvindo das estrelas o chamado,
 No pulsar sem descanso, um raro brilho
 E quando neste espaço em paz eu trilho,
 Destino em Beiji Dadi; assim invado
 E sinto a maravilha de sentir
 A eternidade ali se resumir.
 
 15
 
 Tianhuang Dadi, o deus que governando
 Os deuses se mostrando poderoso
 E traz em cada passo este antegozo
 De um mundo às vezes rude, outras mais brando.
 E quando se anuncia outro momento
 Imerso neste sonho sigo em frente
 E quanto deste encanta se apresente
 Marcando o que pudera num alento,
 Vestindo a glória imensa de poder
 Vivendo a cada instante o quanto trace
 Mostrando sem temor a velha face,
 E nisto o meu caminho perceber
 E tendo como guia a divindade
 Que dentre tantas trama a liberdade.
 
 16
 
 A deusa Xi Wangmu domina a sorte
 E traz na vida eterna o prêmio raro
 E neste caminhar busco e declaro
 O quanto mais pudera e me conforte,
 A vida se desenha neste norte
 E bebo o que teimasse e me preparo
 Ousando num instante bem mais claro
 Tentando sonegar a própria morte.
 No panteão Taoísta; vejo-a agora
 Em tal benignidade e em Seu poder,
 O quanto poderia a acontecer
 No todo que deveras nos ancora
 E quando se renega o amanhecer
 O fim se anunciado, me apavora.
 
 17
 
 Pak Tai, um deus taoísta associado
 Aos pontos cardeais, regendo o norte
 E quantas vezes traz em raro aporte
 O todo que deveras tento e brado,
 O deus das águas e também dos ventos
 Imperador da dinastia Han
 A vida se desenha neste afã
 Trazendo no final os elementos,
 O quanto se aproxima deste fato,
 Apenas o que possa com certeza
 Gerar dentro de nós rara firmeza
 Aonde o dia a dia enfim constato
 Usando este quelônio como totem
 Seus passos com firmeza já se notem.
 
 
 18
 
 Xuan Nu que nestas guerras ajudara
 Huangdi a subjugar Chi You, depois
 De nove desencontros entre os dois
 Até que Huangdi noutra seara;
 No Monte Tai deveras protegido
 E quando enfim vislumbra do seu lado
 Mulher em divindade, um ser alado
 E nisto o caminhar toma sentido,
 Destarte este guerreiro imperador
 Vencendo esta batalha, que afinal
 Trouxera a paz querida e magistral
 Tornando este caminho em tal pendor,
 Assim no Imperador a deusa trama
 A vida mais suave em branda chama.
 
 19
 
 Vendo os Oito Imortais que no taoísmo
 Representam cada qual a ferramenta
 Que possa destruir o que fomenta
 A dor e gera após imenso abismo,
 Surgindo em dinastias mais diversas
 Vivendo na montanha os elementos
 Que trazem no poder de tantos ventos
 Cultura enquanto em brilhos sempre versas
 Destarte venerados desde então
 Por terem nos seus olhos divindade,
 E nisto se trazendo a claridade
 Da culta e mais serena dimensão,
 Da montanha Penglai ao universo,
 O encanto se desenha ora disperso.
 
 20
 
 Kuan Yin, esta budista divindade
 Associada à plena compaixão,
 Na forma feminina se verão
 A paz e a mais superna claridade,
 E traz no seu olhar misericórdia
 Também os taoístas a imortal
 Trazendo a paz em raro ritual
 Tramando desde sempre esta concórdia
 E quando se permite em tanta luz
 A deusa se anuncia em paz e glória
 Regendo com firmeza a nossa história
 O tempo noutro tanto se produz,
 Expressa a suavidade feita em vida,
 E molda a luta em paz que assim lapida.
 
 21
 
 Shichi Fukujin são divindades
 Que ditam boa sorte e tal fortuna
 No Xintoísmo vejo e configura
 Assim as mais sutis felicidades,
 São sete deuses; trago dentro em mim
 Vontade que se mostra pertinente
 E quando este caminho se pressente
 Trazendo o que se visse em belo fim,
 Destarte prosseguindo pela vida
 A sorte desejada se desenha
 E nisto quando muito sei da ordenha
 Marcando o que decerto em paz lapida
 Dos entes desenhados a esperança
 Aos poucos com firmeza assim se alcança.
 
 
 22
 
 Benzaiten, a deusa benfazeja
 Amável protetora das artistas
 E traz tanta beleza quando avistas
 O quanto mais além sempre deseja,
 Associada às águas do lago, rio e mar
 Cavalgando um dragão, um ser marinho
 Traçando a cada instante onde me alinho
 Sem medo do possa dominar,
 Ajuda nos momentos mais atrozes
 A deusa se mostrando em plenitude
 Beleza sem igual, aonde eu pude
 Seguir em bons caminhos, claras vozes,
 Reinando sobre as artes divindade
 Que a todo desejar em paz invade.
 
 23
 
 Bishamon; guardião do budismo
 Em trajes de guerreiro porta a lança
 E quando em tempestades segue e avança
 Supera com firmeza algum abismo,
 Ao espalhar conhecimento muda
 A sorte desenhada em medo e pranto,
 E o verso que deveras adianto
 Tramando o quanto ensina o próprio Buda
 Protege contra o mal e seus demônios
 E contra estas doenças mais ferozes
 Deixando para além os vis algozes
 Que gerem tão somente pandemônios.
 Regendo sobre os bens materiais
 Expulsa os salteadores, marginais.
 
 24
 
 Daikoku ao trazer prosperidade
 Um deus em alegria desenhado,
 Obeso e na verdade tendo ao lado
 O quanto se traduz felicidade,
 Riquezas entre tantas que me invade
 No culto e num amor, regendo em campos
 Trazendo sobre os sonhos pirilampos
 Domina em tom gentil cada cidade,
 Garantindo o sucesso desde quando
 Ao ser tão adorado e respeitado
 Expressa o que desenha abençoado
 Caminho noutro canto se regando
 Gestando a maravilha da fartura
 E neste desenhar, sorte assegura.
 
 25
 
 Ebisu divindade onde se vê
 Sinceridade plena e honestidade,
 Regendo sobre a imensa claridade
 E nela esta verdade tem por que,
 E quando em tal deidade já se crê
 O mundo se presume em liberdade,
 E quanto mais firmeza quando brade
 A vida se anuncia e tem seu quê
 Ensinando a pescar, não dando o peixe
 Expressa o que se mostra e não se deixe
 O tempo sem sentido e sem proveito,
 E assim estimulando o libertário
 Caminho se mostrando num cenário
 Aonde mais tranquilo enfim me deito...
 
 26
 
 Fukurokuju deus sábio, um eremita
 Que da longevidade dita o rumo,
 Ainda quando eu possa e assim resumo
 A vida se transforma enquanto dita
 A luta sem proveito, e mais bendita
 Traçando a cada instante o supra-sumo
 E vendo o quanto possa e mesmo assumo
 No passo aonde a vida delimita.
 Transmite inteligência e longa vida
 E sendo de tal forma cultuado
 O tempo no seu templo desenhado
 Permite o que esperança hoje lapida,
 E o deus que é feito em tal felicidade
 Expressa a mais sobeja divindade.
 
 27
 
 Hotei nesta magnânima atitude
 Da generosidade o seu caminho
 Expressa o quanto quis e assim me alinho
 Deixando para trás o quanto ilude,
 Ainda que o cenário se transmude
 Ou mesmo se tornando mais daninho
 Dos sonhos mais felizes me avizinho
 Legando ao nada ser o quanto é rude.
 E sempre rindo vejo quem se dera
 Além da mais sublime temperança
 E nisto cada passo a vida alcança
 Marcando com beleza a primavera
 Desta alma eternamente juvenil,
 O quanto se desenha e em paz se viu.
 
 28
 
 Jurojin que traduz sabedoria
 O deus com longa barba e o pergaminho
 Mostrando o quanto possa e me avizinho
 Do passo mais suave que veria,
 O deus que dominara ecologia
 Tramando algum destino aonde alinho
 Meu rumo no que possa em raro vinho
 Longeva sorte dita o que queria,
 A morte que trazendo evolução
 Expressa noutro rumo em dimensão
 Superna a que se vira aqui na vida,
 E assim já se prepara em nova senda
 O quanto deste sonho se desvenda
 E o luz se evoluindo dita a lida.
 
 29
 
 Dizang, o deus que tanto nos protege
 Da morte que decerto inda virá,
 Mas tendo quem ajude desde já
 O tempo noutro tempo a sorte rege,
 E mesmo quando o fim se faz herege
 A sorte neste passo nos trará
 O quanto poderia e poderá
 Trazer em raro alento o quando elege.
 Sabendo deste fato em dor e medo,
 Aos sonhos de Dizang eu me concedo
 Vivendo cada instante com firmeza,
 Embora no final sem ter saída,
 Valeu o que levei da minha vida,
 E desta elevação a fortaleza.
 
 30
 
 Yanluo domina o ledo inferno
 E traz em cada olhar a dor atroz,
 E neste caminhar o quanto após
 Do tempo de viver enfim me interno,
 E bebo deste insano Yama quando
 O mundo se anuncia em triste passo,
 O todo que tentara e já não traço
 Demonstra este cenário desabando,
 O rústico caminho pedregoso
 Deixando para trás uma esperança
 E quanto mais além a sorte avança
 Cenário em tal destino caprichoso,
 Raiando em desatino cada instante
 Apenas o vazio se garante...
 
 
 31
 
 Erlang Shen com terceiro olho na testa
 Desvenda a cada instante uma verdade
 E quando se anuncia a tempestade
 A fúria sem igual ali se atesta,
 Subjugando os demônios, já se empresta
 Beligerante força em divindade
 E traz nesta sutil benignidade
 O tanto quanto possa e a sorte gesta.
 Empunhando uma espada de três pontas
 E nela tantas vezes vejo prontas
 As armas mais audazes e ferinas,
 Marcando em luta traz a calmaria
 E nisto todo o encanto permitia
 Vencendo as dores quando te alucinas.
 
 32
 
 Lei Gong ao dominar raios, trovões
 Mostrando a força intensa em tempestades
 Rompendo este mortal, diversas grades
 Marcando as mais diversas dimensões.
 Um dia ao encontrar um pessegueiro
 Celeste, se viria ao degustar
 Um fruto percebeu-se num alar
 Qual fosse dos caminhos, mensageiro
 Trazendo em suas mãos este martelo
 E dele quantas vezes, pois quisesse
 Traria com certeza a rara messe
 Enquanto neste verso já revelo
 O poder de gerar trovões e traz
 Nesta expressão do quanto se é capaz.
 
 33
 
 Nezha, filho de Li Jing; general
 Da dinastia Tang, chefiando
 O exército celeste em raro bando
 Lutando eternamente contra o mal,
 Tendo uma aparência de um infante
 E sendo caprichoso como tal,
 Flutua muito além em pleno astral,
 Em rodas flamejantes se garante
 Trazendo neste cósmico cenário
 O anel que o permitira em novos trilhos
 Matar do Rei Dragão temíveis filhos,
 Gerando outro caminho, itinerário.
 Podendo ter cabeças, membros vários
 Seus passos são deveras temerários...
 
 34
 
 Guan Yu, das irmandades deus que pleno
 Em artes marciais domina o todo,
 E nisto sem saber de algum engodo
 Tramando cada instante onde me aceno
 E bebo cada gole em tal ventura
 Guerreiro em divindade sem igual,
 O tempo noutro passo em ritual
 Expressa o que deveras assegura
 A paz e mesmo assim em luta expressa
 O quanto poderia além e dita
 A sorte tantas vezes mais bendita
 E neste caminhar já recomeça
 O mundo se acenando mais tranquilo
 No sonho aonde guerra e paz perfilo.
 
 35
 
 Zhao Gongming dominando esta fortuna
 Montado sobre um tigre determina
 O quanto poderia em rara sina
 O mundo quando o todo em paz já se una,
 E expressa o quanto possa e mesmo puna
 A quem noutro momento se destina
 Ao luto mais atroz e predomina
 Criando este vazio em leda escuna.
 A vida se perdendo em sorte inversa
 E quando para o todo o passo versa
 Gerando noutro fato a luz sublime
 Ao ver a divindade que traduz
 O quanto poderia enquanto eu pus
 O todo que deveras nos redime.
 
 36
 
 Kui Xing que determina assim exames
 Colaborando com Wen Chang, transcende
 À feia criatura e assim desprende
 A vida com sublimes bons ditames,
 O sábio deus se mostra enquanto clames
 E na literatura que compreende
 Expressa o quanto a vida se depende
 Do rumo em consonância que reclames,
 Deus acondroplásico o patrono
 Dos que prestam exames neste Império
 E tendo o seu saber como critério
 Do quanto poderia se me adono
 Encontro o que procuro em liberdade
 E além bem mais distante o encanto brade.
 
 37
 
 Sun Wukong, Rei Macaco nesta luta
 Buscando os sutras quando se reveste
 Da força inusitada em tom celeste
 E mostra esta faceta mais astuta.
 Nos saltos em distâncias não reluta
 E gera o que pudesse e sempre ateste
 Vencendo qualquer solo mesmo agreste
 Se necessário até com força bruta.
 Em multiforme face se desenha
 E tendo este poder quando convenha
 Somente expondo ainda a cauda, quando
 Lutando e comandando ventos, águas
 E sei que neste encanto se deságuas
 A face mais audaz se desenhando.
 
 38
 
 Daoji na dinastia sung, um monge
 Que tendo a vida reta e plena em paz
 Atinge o que deveras tanto traz
 Quem vendo bem além, decerto longe
 Gerando a sorte imensa do saber,
 Destarte num momento sem igual,
 Ganhando o dom de ser ora imortal
 A nova divindade se faz ver
 Trazendo em suas mãos toda a ternura
 Sabedoria imensa e paz sublime,
 Assim quando o caminho além se estime
 A sorte mais feliz já se assegura
 Do quanto poderia e muito mais,
 Agora flutuando em siderais...
 
 39
 
 Mazu deusa do mar, dos oceanos
 A deusa que ancestral regera a Terra
 Reinando em Paraíso assim se encerra
 A vida em seus momentos, mesmo enganos
 E quando se anunciam novos planos
 O tanto do passado não se enterra
 E gera o que virá em paz e guerra
 Momentos com certeza soberanos.
 Guiando os pescadores neste mar,
 Tramando o quanto possa navegar
 Resume em esperança a rede quando
 Jogando sobre as águas o que venha
 Decerto obedecendo ao que provenha
 E neste desenhar outro traçando...
 
 40
 
 
 Zao Jun participando das deidades
 Que regem toda casa em cada ofício
 Reinando na cozinha, desde o início
 Tramando as mais diversas qualidades
 E quando se anuncia o principal
 Levando anualmente ao deus de Jade
 O quanto mesmo agrade ou desagrade
 Gerindo a cada passo o ritual,
 E nisto configura o seu poder
 Qual fosse um governante dos irmãos
 E neste delirar os ermos vãos
 No fundo se deixando conhecer,
 Acena com vigor e com mão forte
 Trazendo em cada lar, o firme norte.
 
 
 
 41
 
 Tu Di Gong deus da terra em Taoísmo
 Garantindo a colheita em tal sucesso
 E quando noutro passo recomeço
 Supero em tal ajuda algum abismo,
 Trazendo em Suas mãos, o quanto cismo
 E nisto o que pudesse com progresso
 Vivendo o quanto quero e assim confesso
 Ultrapassando a dor e o cataclismo,
 Embora poderoso, na verdade
 O deus Tu Di Gong nunca se fez
 Em popular faceta, e quando vês
 Reinando com total tranqüilidade
 A cada novo passo se constata
 Ser quase com certeza um burocrata.
 
 42
 
 Shing Wong ao proteger quem comercia
 Permite o suprimento e traz a sorte
 Ditando em força plena o que suporte
 Marcando o dia em paz ou harmonia,
 A luta que deveras se veria
 E nisto cada passo busca o norte,
 Até que no final, a leda morte
 Decerto eu sei jamais se negocia.
 E tendo com certeza o passo além
 Enquanto esta verdade inda não vem,
 A fonte que provém em alimento
 E no fomento que presume
 A vida em sensação de raro ardume
 Traduz o quanto quero ou incremento.
 
 43
 
 Zhong Kui tão poderoso, mas tão feio
 Quando foi aprovado nos exames
 E teve seu destino em vãos ditames
 Do imperador em tal receio,
 Assim decepcionado se matou
 E quando renasceu se fez atroz,
 Reinando sobre o inferno, e desta voz
 Apenas o terror já desenhou,
 Vestindo eternamente o mal e traça
 O quanto em tal temor disseminara
 E dominando assim torpe seara
 Agora predador, outrora caça,
 Expressa na vingança o tom venal
 E nisto se anuncia sem igual.
 
 44
 
 
 Long Mu, Mãe dos dragões, que em certo dia
 Ao encontrar um ovo permitira
 Que cinco serpes que ali vira
 Crescessem com sobeja maestria,
 
 Em troca ao ajudar na pescaria
 Mantendo da esperança a rara pira
 O quanto deste encanto se retira
 Nas águas em sobeja serventia,
 
 Porém logo se visse invés de cobras
 Que eram dragões e tanto poderosos
 Regendo sobre o clima em caprichosos
 
 Momentos onde tudo que recobras
 Trazendo a chuva; em pleno e duro estio,
 E nisto ascende além do desafio.
 
 45
 
 Hung Shin um governante sábio traça
 Desde a geografia à astronomia
 Moldando da maneira que queria
 A vida que se fez atroz e escassa,
 Enquanto a realidade que ultrapassa
 O tempo mais atroz em ousadia,
 O quanto deste reino poderia
 Vencer o que deveras se esfumaça
 Melhorando com tais sábias conclusões
 Os dias entre várias direções
 E; sobretudo, a pesca de tal forma
 Que a vida noutro ponto já se informa
 E gera a divindade mesmo morta,
 Aonde uma esperança além aporta.
 
 46
 
 Tam Kung um deus do mar traz o poder
 Da cura de crianças, rege o tempo
 Vencendo o que viera em contratempo
 Marcando o dia a dia com prazer,
 
 Assim se desenhando o que se quer
 Nos ermos do passado em galhardia
 O deus que na verdade nos traria
 O bem que tanto dita o que vier,
 
 Verbalizando a sorte de sentir
 O quanto poderia e mesmo posso,
 O mundo de tal forma sem destroço
 Garante a plenitude do porvir,
 
 Assim em tal sublime divindade
 Percebo esta vital benignidade.
 
 47
 
 Wong Tai Sin, no poder de ser Taoísta
 Expressa o seu caminho desde quando
 O mundo em suas mãos se transformando
 Qual fora na verdade algum artista
 
 E o tempo de tal forma não resista
 E nisto se anuncia um canto brando
 Marcante caminhar anunciando
 O quanto se queria e já se assista,
 
 Dos sonhos que pudesse quais centelhas
 Transforma ledas pedras em ovelhas
 E assim se garantindo o suprimento,
 
 Aplaca deste jeito a fome tanta,
 E nisto o que se deseja e se garanta
 O sonho enquanto enfim eu me alimento.
 
 48
 
 A deusa que regendo o esquecimento
 Daqueles que virão já reencarnados
 E nisto se esquecendo dos passados
 E assim novo caminho novo fomento,
 
 Men Po servindo em chá tal alimento
 Em ritos que se viram demarcados
 Momentos tantas vezes desenhados
 Jogado para além em pleno vento,
 
 E quando se renova a vida assim,
 O tanto que existira dentro em mim
 Agora não se traz sequer sentido,
 
 E o tempo que virá não resgatando
 O quanto se mostrara desde quando
 O passo noutro rumo, pressentido.
 
 49
 
 Zhu Rong, um deus do fogo se permite
 Vencer tantas batalhas e traduz
 Além da imensidade feita em luz
 Bem mais do que o caminho ora limite,
 E assim a cada passo necessite
 O tempo aonde o todo me conduz
 E gere mesmo sendo em contraluz
 O quanto no final desacredite,
 Tramando outro momento a vida dita
 A sorte que se vendo mais aflita
 Expressa este vazio dentro da alma,
 E o quanto se anuncia noutro passo,
 Gestando algum tormento onde devasso
 Nem mesmo a fantasia ora se acalma.
 
 50
 
 Gong Gong, o deus das águas que perdendo
 Batalha contra o deus do fogo trama,
 Além do que se vira em mera chama
 Deixando no caminho este remendo,
 E assim já sem controle se atirando
 Contra o Monte Buzhou, do Céu pilar
 E o quanto conseguir avariar
 Gerando o que pudera desde quando
 O mundo se trazendo noutra face,
 Tramando em tal desnível a verdade,
 E nisto se percebe a insanidade
 E o tempo noutro rumo se tomando,
 Assim o que já visse não se expressa
 Enquanto a vida além segue sem pressa...
 
 51
 
 Chi You a divindade feita em guerra
 Criando tantas armas de metal
 Num ato tão atroz quanto mortal
 A sorte a cada passo além encerra,
 E tendo em Huangdi o adversário
 Que tanto se mostrara em força e fúria
 A verdade traduz a leda incúria
 E mostra o dia a dia temerário,
 Errático caminho se transforma
 E gera noutro passo a discordância
 A vida se tentara em discrepância
 E neste caminhar, ausente norma
 A morte dissemina e toma tudo,
 Enquanto noutra face não me iludo.
 
 52
 
 Da Yu regendo os cursos deste rio
 Controlando as enchentes e trazendo
 Um dia mais tranquilo aonde o vendo
 Expresso o que pudesse em desafio,
 Durante a sua vida hoje eu desfio
 O quanto se tentara num adendo,
 Aos poucos solução em paz contendo
 Marcando o dia a dia antes sombrio,
 E assim quando morreu numa caçada
 A sorte noutro passo anunciada
 E dita além da Terra e mesmo o Céu,
 Ergueram como marco neste instante
 O templo mais sublime e doravante
 Guardado num imenso mausoléu.
 
 53
 
 Kua Fu o gigantesco ser
 Que perseguindo o sol nada pudera
 E exposto à luta amarga dura e fera
 Aos poucos se presume sem poder
 E nada que tentara possa ter
 Somente a sensação que destempera
 E o mundo noutro rumo degenera,
 E volta a cada dia o amanhecer,
 Assim neste caminho sem proveito
 O quanto deste infausto já deleito
 Enquanto vejo além no céu,
 Farol se desenhando em claridade,
 E bebo desta imensa intensidade
 Por sobre as brumas traça o imenso véu.
 
 54
 
 Cangjie deus sublime e sábio traça
 Caracteres chineses que persistem
 E quando seus olhares isso assistem
 Marcando o que se tenta a cada praça
 Dos olhos, que são quatro se vislumbra
 Destas oito pupilas o sentido
 E nele outro caminho presumido
 Sabedoria tal que ora deslumbra
 Já se faz tantos anos, oito mil
 Desde que este instante o mundo viu
 Trazendo a eternidade nas palavras
 E deste caminhar se anunciando
 O tempo noutro tempo se mudando
 Moldando com beleza raras lavras.
 
 55
 
 Quando Yi se demonstrara um raro arqueiro
 Ao derrubar deveras nove sóis
 E neste desenhar outros faróis
 Moldaram o cenário verdadeiro,
 E sendo deste rumo o mensageiro
 Enquanto na verdade o que constróis
 Expressa outro caminho em girassóis
 Ousando muito além de tal canteiro,
 E assim diminuindo o duro estio
 Que a força do calor gerara então,
 Matando o quanto fora plantação,
 Porém ao se entregar ao desafio,
 O arqueiro aplaca a fúria e assim permite
 Um dia mais sereno, em bom limite.
 
 56
 
 Chang'e a deusa lua em noite imensa
 Casada com o arqueiro Yi majestosa
 Traçando em noite clara maviosa
 O quanto desta sorte nos compensa,
 Vagando pelos céus em prata extensa
 Gerando a cada passo a caprichosa
 Beleza seduzindo em verso e prosa
 Aquele que no amor deveras pensa,
 A luta se moldando a cada fase
 No variável tom de uma mulher
 Que tanto se deseja e quando a quer
 O passo noutro rumo se defase
 Marcando em tom diverso o dia a dia
 Apenas outra face se veria...
 
 57
 
 Qi Xi a lenda que trouxera a história
 Deste pastor que um dia enamorado
 No céu bem mais sublime enamorado
 Gerando o quanto possa em merencória
 Essência o que deveras dita a glória
 E trama outro caminho adivinhado
 E nisto se ditando o imenso brado,
 Tentando conceber rara vitória,
 Ao ver desnuda a fada Zhinu; veio
 Ao encontro sem temor ou receio
 E assim ao se entregar em raro amor,
 Porém a deusa traça a láctea via
 E deste desejar o afastaria,
 Porém num anual caminho, redentor.
 
 58
 
 Han Ba se traduzindo num estio
 A deusa que se mostra tão atroz
 Secando uma esperança até a foz
 Deixando sem provento qualquer rio
 E disto se desenha o desvario
 Negando o que pudesse noutra voz
 E o medo se moldando dentro em nós
 Trazendo o que tentara em ar sombrio,
 Vagando sem sentido e sem destino,
 Ao ver este cenário me alucino
 E perco uma esperança que inda trago,
 O tempo se anuncia em dor e medo
 E quando alguma luz além concedo,
 O mundo sem sentido, mero estrago.
 
 59
 
 Gao Yao representando enfim justiça
 Trazendo em suas mãos pleno poder
 E nisto o que pudesse parecer
 Além do que deveras se cobiça
 A vida se desenha movediça
 E mostra a cada instante outro querer,
 Mas quando se anuncia o que há de ver
 A sorte se expressando além da liça
 E o quanto poderia e nada tendo,
 Somente da verdade este remendo,
 Marcando com temor o que se vê
 E quando na justiça a vida rege,
 O que se fora atroz, temido herege
 Perdendo num momento algum por que...
 
 
 60
 
 Fenghuang como fênix já renasce
 Após a própria morte e traz assim
 A infinda realidade de onde vim
 E o tanto quanto creia em nova face,
 A sorte em privilégio então se trace
 Gerando o quanto quero e sei que em mim
 Expressa o reviver deste jardim,
 Deixando no passado algum impasse
 Das cinzas do que fora, vejo além
 A plena consciência do que vem
 Regenerando a sorte de tal forma
 Que nada se perdendo se transforma
 E desce caminhar procuro bem
 A vida desenhada em nobre norma.
 
 
 61
 
 Com um olho só asa solitária
 Jian necessitando sempre ter
 No par o complemento aonde ver
 A sorte desenhada, mesmo vária
 E quando se anuncia temerária
 A luta prenuncia este poder
 De uma união e nela o bem querer
 Vencendo a sorte atroz, se solidária,
 Representando assim cada casal,
 Na mesma direção no dia a dia
 E assim outro momento se veria
 Num único caminho, o mesmo, igual
 Trazendo a plenitude da união
 Nos invencíveis dias que virão.
 
 62
 
 Jingwei tentando encher este oceano
 Com seixos e gravetos, sem sucesso,
 Uma ave que me verdade aqui confesso
 Ter sido a filha atroz de um soberano
 Morrendo jovem num afogamento
 E renascendo em pássaro, mas tendo
 Em tresloucado passo este remendo
 Entregue ao mais diverso desalento,
 Tentando por vingança encher o mar,
 Com pedras e gravetos, na ilusão
 De intento sem proveito e nisto em vão,
 Caminho noutro passo a se tramar,
 A vida se repete a cada engodo,
 O mero não supera o imenso, o todo.
 
 63
 
 Jiu Tou Niao, o papão que assustador
 Disseminando o medo entre os infantes
 Nove cabeças; traz e por instantes
 Gerando a cada passo este terror,
 Seqüestrando meninas, num horror
 Enquanto noutro rumo não garantes
 Sequer o que deveras tanto espantes
 Marcando com angústia e dissabor,
 Assim quando raptando uma criança
 Restando tão somente uma esperança
 Da salvação que venha deste herói
 E sublime caminho em redenção,
 E o desalento enfim tudo destrói...
 
 64
 
 Voando em liberdade esta gigante
 Ave que sem limites segue além
 E quantas faces; mesmo sei que tem
 E nisto outro cenário se adiante
 E Peng em gigantesca imagem; vejo
 Traçando neste céu outro caminho
 Buscando o que pensara ser um ninho
 Marcado pelos erros do desejo,
 A sorte traz assim em dimensão
 Momentos tão enormes, mas de fato
 Aonde se pudesse e não constato
 Somente dias turvos se verão,
 Voando muito além, o pensamento
 Que a cada novo engano mais fomento.
 
 65
 
 Zhu já traduzindo um mau presságio
 Esta ave tão nefasta eu vejo agora
 E nela toda a sorte desancora
 A vida nos cobrando este naufrágio
 Pudera e enfim teria outro cenário,
 Mas sei do quanto a vida se faz vã
 E nega uma esperança de manhã
 Marcada num momento em paz tão vário
 Vagando sem destino e sem temor
 O quanto poderia em rara luz,
 Mas quando nesta face reproduz
 O tempo se traduz em tal horror,
 E Zhu traduz enfim o meu destino,
 E nele o quanto tramo em desatino.
 
 
 66
 
 Huanglong este dragão em majestade
 Com tal sabedoria dominando
 E tendo este cenário desde quando
 A luta se mostrara em liberdade,
 E nesta mais audaz imensidade
 O mundo que pensara ser nefando
 Agora noutra face se mostrando
 Presume a mais completa claridade,
 Traçando o dia a dia em tom sutil,
 O quanto desejara e assim se viu
 Servindo como alento ao caçador
 Dos sonhos entre trevas, desafios
 E bebo dos meus dias onde sombrios
 Caminhos despetalam cada flor.
 
 67
 
 Yinglong um poderoso ser, dragão
 Que trama em proteção um passo além
 E quando em tempestade o mundo vem
 Tramando o que pudera além do vão
 Trazendo a cada instante a imensidão
 Gerando o que deveras já convém
 Ao esculpir a sorte diz de alguém
 Marcando com caminho a dimensão,
 Huangdi o dominava e o ser fiel
 Expressa o quanto a vida dita em véu
 Gestando o que viera em plenitude,
 E neste dia a dia em harmonia
 O mundo a cada instante se recria
 E assim em todo passo se transmude.
 
 68
 
 
 Os reis dragões dominam direções
 Dos ventos, oceanos passo além
 E quando a solução deveras vem
 Mostrando os quatro rumos, que ora expões
 E neles as diversas dimensões
 Do mundo quando o todo; traça o bem
 E deixa no passado o que detém
 Em ritos tão sublimes e emoções,
 Morando nos palácios de cristal
 No fundo deste mar regendo ali
 A vida quando o tanto quis e vi
 Num ato tantas vezes magistral,
 Trazendo os quatro pontos cardeais
 Em dias desenhados nos cristais...
 
 69
 
 
 Fucanglong habitando as profundezas
 Da terra aonde guarda estes tesouros
 E traça mais sutis ancoradouros
 E nisto se imaginam tais riquezas,
 Potenciando as sortes em correntezas
 Diversas do que tento em nascedouros
 Ou mesmo outros caminhos sorvedouros
 Dos ermos que pudera com destrezas,
 E quando sai da terra este dragão
 Gerando uma erupção nalgum vulcão
 Explode em mais completa tempestade
 E o todo que se faz em lava e fogo
 Tramando o desvario e já sem rogo
 A vida neste ponto assim degrade.
 
 70
 
 Shenlong ao controlar chuvas e vento
 Transforma em tempestas quando irado,
 dragão que tendo em mãos o raro fado
 E nisto se desenha outro momento,
 Assim o que pudesse e agora tento
 Vencendo o quanto quero e sei me evado
 Vagando sem sentido em desejado
 Caminho aonde em paz não mais freqüento,
 E quando em tais catástrofes eu vejo
 Este ar tão tenebroso quão sobejo
 Na fúria que decerto já destrói
 Não adianta ser querer herói
 Que o tempo de tal forma se apresenta
 Gerando na verdade esta tormenta.
 
 71
 
 Dilong sendo um terrestre ser; dragão
 Que dominara a Terra em fogo e fúria,
 Destarte desenhando além da espúria
 Esplêndida e diversa dimensão,
 Assim ao se mostrar enquanto em vão
 A luta noutra face mesmo incúria
 Maravilhosa trama; e sem lamúria
 Os dias entre tantos se verão.
 Ousando neste passo sempre além
 Do quanto poderia ou já convém
 Ditame sem igual, em tempestade,
 Ao todo que tentara na verdade
 O tempo se desenha e assim se deu
 Traçando neste instante um apogeu.
 
 72
 
 Tianlong, os dragões celestiais
 Levando as carruagens e guardando
 Dos deuses os palácios, desde quando
 Em ares tão sobejos divinais
 Expressam o que possam ou bem mais,
 No tanto quanto tento desenhando
 O mundo noutra face mesmo em bando
 E neles expressões diversas, tais.
 O tempo se anuncia em plenitude
 E o quanto a cada instante se transmude
 Marcando dias sórdidos ou felizes,
 E quando se anunciam na presença
 Do todo que pudera e assim compensa
 A vida em suas duras cicatrizes.
 
 73
 
 Ba She como serpente gigantesca
 Alimentando-se até dos elefantes
 E nisto tais cenários delirantes
 Traduzem cada face mais dantesca
 E nisto se apresenta em discordância
 A luta pela vida tão somente,
 E vejo o que pudera e mesmo tente
 Vencer o quanto traça cada estância
 A sorte se desenha desde quando
 O mundo noutro passo se traria
 Marcando com temor o dia a dia
 E aos poucos no final já desabando,
 O tempo sem sentido sem proveito
 Expressa cada passo onde me aceito.
 
 74
 
 Qilin como se fosse um ser diverso
 Um unicórnio em pele feita escama
 Assim enquanto a vida traça e trama
 O rumo noutro tom deste universo,
 E quando na verdade além verso
 A luta se desenha em rara chama
 E o quanto deste ser trazendo aclama
 O mundo para o qual em paz eu verso,
 Benigna e caridosa criatura
 Em telepática conversa traz
 O quanto se desenha mais audaz
 E nisto esta beleza se assegura
 Num ato que em constância se faria
 Moldando tão somente esta harmonia,
 
 75
 
 Kui como se fosse criatura
 Diversa, um boi que numa pata só
 Se apóia e gera o passo e vai sem dó
 Tramando o que pudera em amargura
 A monstruosa face se assegura
 E deixa do passado o mero pó
 E destruindo a vida imensa mó
 Enquanto noutro passo se depura,
 Desvio cada instante deste ser
 O passo que pudesse perceber
 E nisto outro momento enfim teria,
 Mas quando se percebe este vazio
 Apenas neste tom que desafio
 A vida se transforma em agonia.
 
 76
 
 Jiang Shi, vampirescas criaturas,
 Zumbis que vagam torpes pela vida
 São almas noutra face construída
 E nela o vazio que asseguras,
 Sugar vital essência de quem veja
 Marcando com a sorte mais atroz,
 Gerando do passado os velhos pós
 Enquanto uma expressão tão malfazeja,
 Assim o quanto possa destruir
 Sem nada que se veja além do caos,
 Os olhos destes seres rudes, maus
 Negando qualquer sorte num porvir,
 Matando e assim sugando cada ser
 Trazendo no terror, duro poder.
 
 77
 
 Luduan pressentindo uma verdade
 A fera se anuncia a cada instante
 E vejo num cenário degradante
 O todo que deveras sempre evade
 E nega o que pudera em liberdade
 E nisto o quanto teima não garante
 Marcando com temor já doravante
 O todo que sem rumo turvo brade,
 O quanto traduzisse enfim o oráculo
 Gerando na verdade um espetáculo
 Tentáculos cerzindo este futuro
 E tomam nos seus dias tal poder
 Que possam num momento ora antever
 O todo quando o nada eu asseguro...
 
 78
 
 Yaoguai, os espíritos do mal
 Demônios que torturam e dominam
 Poderes que deveras determinam
 Caminho em tempestade, ritual,
 O tempo se anuncia e desigual
 Cenário aonde o tanto que destinam
 Traduzem o que possam, desatinam
 Num ato mais atroz ledo e venal,
 Ainda que se dite esta verdade
 O tempo noutro rumo se degrade
 E marque em tom cruel a vida após,
 Diversas sensações em dor e medo
 Aonde com horror eu me concedo
 Sabendo a tão terrível turva foz...
 
 79
 
 Hulijing quais raposas penetrando
 Cenários mais diversos, bons e maus
 Trazendo uma ventura ou mesmo o caos
 Momentos mais diversos, tom nefando
 Ou noutro caminhar suave e brando
 Vagando sem destinos noutros graus
 Marcando com astúcias tais degraus
 Ou tanto no final já desabando,
 Assim se poderiam crer além
 Do quase que decerto assim contém
 O mundo sem tardança ou agonia,
 E o tanto que se trace noutro rumo,
 Bebendo com vigor inteiro o sumo,
 E nele outro cenário se veria.
 
 80
 
 Quando surge este fera de abissais
 Trazendo com terror em fúria e morte
 Devora o que puder e não comporte
 Senão momentos rudes e fatais,
 São seres tão atrozes e venais
 Tramando na mortalha o duro norte,
 E nada mais pudera que a conforte
 Somente duros botes, terminais.
 Assim ao criar pânico na terra
 O quanto se aproxima e se descerra
 Marcando com total voracidade,
 A luta se anuncia e se percebe
 O medo desenhado nesta sebe
 E a sorte sem sentido algum se evade...
 
 
 81
 
 Cabeça de Boi; Cara de Cavalo
 Do Inferno os mensageiros, quando a vida
 Perdendo a direção enfim se acida
 E o tempo sem sentido agora calo,
 A sorte dita o rumo do vassalo
 E vejo quanta vez já desprovida
 De uma esperança tramo em despedida
 O todo que pudesse e nada falo,
 Assim ao mergulhar no mais profundo
 Dos rumos sem caminho e sem certeza
 Bebendo o que pudera na incerteza
 E em sonhos mais vazios eu me inundo,
 As tramas mais terríveis vejo quando
 O mundo neste vago, desabando.
 
 
 82
 
 Pixiu atraindo a boa sorte
 Descende dos dragões e tem a fome
 Inconseqüente e louca quando some
 Em ouro e pura prata, o que conforte,
 E vendo este caminho onde comporte
 O tempo que deveras nada dome,
 E nisto se traduz o que se tome,
 E trame o que tentara em novo norte,
 Quando se vendo este momento
 Aonde o meu alívio ora fomento
 Bebendo cada gole da esperança
 A sorte se desenha e vejo o quanto
 O mundo se anuncia em raro encanto
 Enquanto o meu cenário além avança.
 
 83
 
 Os Rui Shi protegendo alguns lugares:
 As tumbas, os palácios belos templos
 Leões que na verdade são exemplos
 Da lealdade quando assim notares,
 Apresentam-se em casais, e o macho traz
 Por sob a sua pata um globo imenso,
 E quando neste tanto agora eu penso
 Imaginando o amor real a audaz
 Trazendo esta visão que nos preserva
 Das dores e temores onde a queda
 Aos poucos cada passo sempre veda,
 Da sorte que deveras já reserva
 Momentos tão diversos, dor e gozo,
 Caminho que se faz mais caprichoso.
 
 
 84
 
 Tao Tie qual fosse a gárgula traduz
 Ganância simplesmente e nada mais,
 Assim neste momento em temporais
 A vida não permite qualquer luz
 E trago em minha sorte a imensa cruz
 E nela outros tormentos desiguais,
 Gerando dos meus erros vendavais
 A sorte se minando em medo e pus,
 Desenho algum futuro? Nada sei,
 Somente o que decerto eu desejei
 E o tempo sonegara noutro instante,
 A senda mais atroz se permitindo
 Aonde imaginara quase infindo
 Apenas o vazio se garante...
 
 85
 
 Espírito maligno dominando
 A face mais cruel do quanto possa
 E traz além da queda a própria fossa
 E nisto não presume como ou quando,
 Dos montes, cordilheiras navegando
 Até que no final de tudo apossa
 E assim este cenário agora endossa
 O quanto se moldara mais infando,
 Assisto à derrocada e vejo o caos
 O Xiao já se apresenta de tal forma
 E sempre quando ataca a alma deforma
 Marcando com terror o dia a dia
 E nada mais pudera ou já teria,
 Senão estes momentos rudes, maus.
 
 86
 
 
 Xing Tian um gigante sem cabeça,
 Trazendo a sua face em suas costas
 Vagando sem sentido nas encostas
 E quando se pressente ora enlouqueça
 E todo este cenário a vida teça
 E mesmo quando sei que te desgostas
 Nas danças mais terríveis vãs apostas,
 A sorte na verdade dele esqueça,
 Na luta contra o bravo Imperador,
 Decapitado fora e de tal sorte,
 Perambulando assim, pior que a morte
 Castigo sem igual em dor terrível,
 O quanto poderia e já não traz
 Somente este caminho que ora faz,
 Sem ter qualquer descanso e imperecível.
 
 87
 
 Xuanpu a encantada terra cerra
 Diversa maravilha em amplitude
 E quando tantas vezes nos ilude
 Acima do que possa em alta serra,
 A vida de tal forma ali encerra
 Beleza com diversa magnitude
 E trama o que pudera a juventude
 Enquanto outro caminho se descerra,
 Vagando pela sorte tento vê-la
 Quem sabe noutro espaço, alguma estrela,
 Kunlun montanha mágica me guia
 E sinto mais distante desta senda
 Que o tempo sem ter tempo não desvenda
 E nela toda a sorte eu mais queria...
 
 88
 
 
 Penglai, o paraíso aonde espero
 Eu tenha meu descanso finalmente
 E sei do quanto possa enquanto tente
 Vencer este temor audaz e fero,
 Destarte na verdade o todo eu quero
 Reinando sobre a sorte plenamente,
 O mundo se desenha em minha mente
 Tentando este cenário mais sincero,
 E vejo ser possível este passo
 E quando noutro rumo me desfaço
 Procuro a remissão em nova fase,
 E mesmo que talvez a vida trame
 Destino num diverso e vão ditame
 Meu sonho neste encanto ora se embase.
 
 89
 
 Di Yu este infernal caminho aonde
 O tempo sem sentido não se dá
 E o quanto se anuncia desde já
 Ao nada na verdade corresponde
 A morte se presume e se responde
 Tentando outro caminho, mas só há
 Este cenário amargo e moldará
 Além desta esperança que se esconde,
 Mergulho no vazio e nada vejo,
 Deixando o dia a dia malfazejo
 Tropeço nesta insânia e nada vem
 Somente esta mortalha em rude cena
 Enquanto a vida amarga me condena,
 Uma esperança foge com desdém...
 
 90
 
 Fusang; esta ilha mágica traduz
 O quanto poderia ser diverso
 Gerando a cada instante aonde eu verso
 A imensa e generosa bela luz,
 Quem sabe no Japão? Ou mesmo além
 A vida trama a sorte que se quer,
 E vendo outro caminho se vier
 O todo que deveras segue e vem
 Trazendo num sonhar o que se tenta
 Vencendo algum temor em leda sorte,
 O tanto que se possa e nos conforte
 Ousando muito além desta tormenta,
 E nisto o tempo dita alguma paz,
 Que mesmo sendo frágil; satisfaz.
 
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