A Minha Imperatriz

Data 25/01/2011 21:50:34 | Tópico: Poemas

Passas por mim e não me vês,
Dia após dia continuadamente.
Eu sou a sombra do teu andar,
Tu és a razão de eu aqui estar.
Permaneço imóvel a um canto,
Colado à fria calçada portuguesa,
Na esperança que um dia,
Repares na minha presença.
Sou apenas um pobre mendigo,
Faço das ruas minha casa.
Já tu de uma beleza estonteante,
Dama de Copas envergando um vestido vermelho brilhante,
De salto-alto passas dominante,
Alheios aos admiradores que deixas por diante.
Um amor proibido,
Apenas por mim sentido,
Por todos os outros desconhecido.
Um amor profundo,
Vindo de um ser imundo,
Tu és dama e eu vagabundo.
Bela e formosa caminhas pela rua,
De perfume suave vestes a cidade,
Aquecendo o Inverno que por estas horas emerge.
Tu única,
Eu assombro,
Vivemos a história da Bela e do Monstro.
Um amor complicado,
Um final feliz,
Quando tudo acabar,
Coroar-te-ei Imperatriz.

Fernando Teixeira


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