
Terno Olhar
Data 27/01/2011 23:42:39 | Tópico: Poemas
| Posso ser mártir ou monge, dizer-me poeta dos estados de alma, e amar ver-te sorrir, e sonhar fazer-te voar, posso sentir as chagas das dores, e sentir que o meu coração pulsa para além de mim, sentir que até nas lágrimas eu vou te amar... posso dizer que sei brincar com palavras, mas com o sentido do coração... com esse não aprendi a brincar... sou sério de marmore, sou pedra que sente sem partir, até posso angustiar e esperar que nas ruas te veja, nos momentos que não te tenho ao pé de mim, até posso segredar-te sombras ao ouvido... que tu saberás que te amo... que tu saberás que te sonho... até podes dizer que o chão foge, que a desilusão nasce e renasce na calçada... eu dou-te sementes de luz... pega... pega nelas amor... atira-as ao ar... sorri... sente... brilha... elas vão nascer, germinar, florir, elas vão criar vida antes da morte, e na morte... não te preocupes... eu falarei com o sombrio vulto, escreverei-lhe frases soltas de desarmonia, contornarei magos e monges, e os deuses fugiram do meu olhar... irei comprar a eternidade no alem mar... e mesmo nos olhos cansados... olha bem fundo neles meu amor... morará o romeu que te prometeu... verás que nem quando a alma fugiu... o teu amor deixou o olhar... olhar terno... olhar cavalheiro e apaixonado... nele verás albuns de momentos, cravados no seu baço brilho... verás... que eternamente te levo... e na eternidade que comprarei... te cravarei para sempre... na minha alma.
|
|