Um épico sobre meu fim

Data 28/01/2011 14:28:01 | Tópico: Poemas -> Sombrios

I

Estou andando perdida
Perdida em meio a pecados
Perdida em mim mesma
Olho para os lados
É tudo escuro
Tudo partido

E a vingança que havia planejado?
Vejo que voltou mais forte
Sobre o segundo a levantar a espada
Agora ela descansa quebrada
Suja e enferrujada

O sangue que por você brotou
Provei de seu sabor, era amargo...
Não sabia, era envenenado...
Pelo ódio, descrença, pelo eco do sorriso
Daquela criança morta

Cortaram-me as mãos
Como tocar aquela última canção?
Aquela minha última canção...
Mais uma que falasse da morte
Mais uma que apunhalasse um fraco coração

Se eu te pedisse, rezaria comigo?
Nunca tive fé para levantar esse olhar cansado
Mas a noite está parecendo eterna
E meu respirar fraqueja...
Está entrecortado...

II

Estou implorando, morra comigo!
Deixe o tempo nos transformar em pó
Antes mesmo de nossas caveiras se levantarem
Beberem, fumarem e rirem da sombra esquelética
Dos vermes que corroem os ossos

Ah! Não temo... Digo só por mim
Não espantem os corvos enquanto deito sozinha
Não tentem matar aquela corujinha
Aves de agouro... Meu agouro
Meu fim

Lua prateada, não se vá!
Prateie-me a palidez da face
E vento, uivante vento!
Vejo-te como se bailasse
Cubra meu corpo imundo com essas folhas secas!

Mereço noite e escuridão...



Música: "Worlds Collide" - Apocalyptica


E vale lembrar que o eu lírico não é o autor , e sim uma criação dele.



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