Numa nudez de pele, numa lucidez (de)mente

Data 11/09/2007 13:11:15 | Tópico: Poemas -> Amor

Numa nudez de pele, numa lucidez (de)mente,
a tarde d’asas sobrepostas, tremula e chora
e, pungente, fala de um tom vermelho,
dum tom incandescente,
a recobrir de verde o tardio da lágrima que se esconde.

Deslizo por de entre a solidão das horas,
palmilho silvados perenemente adornados d’amoras.

Quedo-me suspensa em meditação…

Medito
no sentido da viagem, na solenidade do acto
e, sem que a entenda, sou na tua mão,
na tua mão amado,
barro, argila, greda,
modelada e concebida a um só espaço-tempo,
um segundo... um só momento.

… talvez ferro curvado na bigorna,
no brasido do cetim da boca, no quente da saliva,
no timbre da tua voz de mar, (e)ternamente rouca.

Numa nudez de pele, numa lucidez (de)mente,
em ti, amado, sou fermento,
levedura, enzima de gente!





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