Construi muros Mas derrubei todas as vontades Em satisfazer As minhas necessidades básicas De te ser mulher A erguer-me dos sulcos Talhados pelas tuas mãos E cair na tua boca farta E fui como quem vai Mar adentro Dos teus olhos
Atingi os cantos todos da terra Em busca de paz E vi-te a desfolhar páginas soltas De um livro No meu corpo cansado Tal um vento que arrasa tudo Tal a brisa que passa breve Tal um rio que corre E torna A jeito de me encontrar A equilibrar a linha Que separa o céu do mar
São tantos os pagodes Eu me levam e trazem Que m’ arrasto toda Para que inteira Me tomes nos teus braços Tal pétala perfumada A sarapintar-te o colo Que me serve de bandeja Num dia sim E me cobra tudo Num dia não
Quero que todos os olhares Sirvam de estrada Para que no final Veja todos os pontos esquecidos Numa viagem interminável Ao fundo De todos os fundos
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