Reflexão, sobre o Amor

Data 03/02/2011 20:57:00 | Tópico: Poemas -> Introspecção

Olha, para o teu lado e vê esse vulto,
de ar sombrio,
de olhar amargurado,
que, ao pé de ti, sentado, sofre,
calado

Também, nele, a sua Alma gela no frio
Nesse gélido frio, de não se sentir amado


Repara, como ele está triste - desolado
o seu destino,
por ele, mil vezes amaldiçoado,
no seu coração, o feriu.
Ele vive num desatino, por sentir-se completamente desamparado

Repara...
O seu pobre coração, onde se sente um bater tão triste,
apagado
vive descompassado
pois, há muito que navega nas ondas da solidão
no mar da dor
na obscuridade do amor, onde se sente naufragado


E tu? E esse teu coração...?
Nele, existe um amor, cru, do qual já se assenhorou o "Papão"
um amor, que só gera a dor
e que, com sua própria mão, o dilacera, sem compaixão,
sem qualquer pudor

Chama o teu ser à razão e ouve o seu bom conselho
Quantas e quantas vezes precisamos de nos olhar ,
bem de frente, num espelho;
de nos enfrentar,
para depurarmos a nossa capacidade de amar?

Tem, por ti, um pouco de amor; um pouco de compaixão
Refreia o furor - esse desatino de amor, que te toma o coração
E deixa, que ele se retome, no brio.
Olha esse vulto, que a teu lado jaz triste
Se arrasta pelo chão,
Que tem um ar tão sombrio...


Porque não te dispões, tu, a estender-lhe a tua mão?

apsferreira

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