
Se nos pudéssemos encontrar acima de todas as coisas
Data 04/02/2011 13:52:54 | Tópico: Duetos
|  Se me endireitasses as costas Verias que nelas há um sítio Onde moram todos os ventos Onde se encontram todos os tempos Ainda por desbravar
Lá, onde a águas são calmas Longe dos olhares indiscretos E do sol que não mancha Apenas uma mão silenciosa A afagar o medos
Se pudesses encontrar-me acima de todas as coisas A acordar as serras A colher das nuvens as novas fragrâncias E soerguer penedos riscando o céu Veríamos um azul mesclado De tons suaves Abraçaríamos os montes etéreos E cobriríamos o corpo rochoso Com um dos véus que nos separam Os traços, traçados no corpo
Se pudesses encontrar-me acima de todas coisas E ver a verdade de um universo Que se comove Por não se mover nos olhos de todos Os que sabem ver E não sabem que o olhar É o foco, a comandar o corpo e a intensificar a alma
Choraríamos as ausências E nas incertezas Descobriríamos um novo ponto no horizonte E beberíamos das certezas da fonte Que brota em nós
Seriamos a brisa do mundo Um raio de luz E só um ponto a tocar o infinito Atravessaríamos todas as pontes Colheríamos a calma dos montes E serenamente um rio corrente Aurora de um novo despertar
Ao ascender a todas verdades inacessíveis Veríamos que há um espaço etéreo A desenhar a silhueta do novo mundo
Dueto: Dolores Marques / São Gonçalves
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