
SOU LIXO QUE NINGUÉM VÊ
Data 04/02/2011 18:09:23 | Tópico: Poemas -> Sociais
| Andei perdido Em vielas sem saída Andei esquecido do que era a vida. Sem Norte sem Sul Sem Estrela Polar Eu andei perdido Sem saber por onde andar.
Percorri os bares E tabernas imundas Tive desilusões aos pares E a moral nada profunda. Mas que querem que fosse Sem um cêntimo na algibeira Sem ter onde dormir uma noite inteira
Chamam-me sem abrigo Com toda a razão, Mas meus amigos, graças ao meu patrão. Trabalhei tantos anos E pergunto hoje para quê Estou velho, sou lixo que ninguém vê. Pontapé para aqui, são só enganos.
Desde a minha juventude Que o meu corpo dei ao manifesto Mas hoje já nem sequer presto Para as ruas varrer. Desprezo! Os meus banhos, são quando chove E ninguém se comove De me ver indefeso.
Eu já nem posso votar Se pudesse eu o faria de bom coração Exigiria a todos os políticos Para que eu pudesse sorrir Economizem dinheiro E de coração inteiro Construam pontes para podermos dormir
A. da fonseca
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