Não posso ficar, sei que não posso! Dos dias já só me restam os crepúsculos, E os meus passos, no Universo, são tão minúsculos, Que deles perco o trilho inverso, e é mero esforço Esperar que a Vida, no vale profundo que me espera, Me pegue em braços, condescendente, como a criança, E me atravesse, do rio a vau, em vã tardança Do desistir de alcançar outra Primavera Onde eu possa refazer o fado que não rimei E construir o forte aceso por brilho próprio Que só em sonhos eu fiz de aço e temperei...
Ficar, sei que não posso, e é meu opróbrio Desler-me em versos que ainda teimo em escrever...