meramente

Data 05/02/2011 01:26:32 | Tópico: Poemas

estendida sob o sonho e os sussurros
mais frágil que uma pena de pardal, demoro.me
assobio aos abutres que distinguem
o canto da calhandra triunfal
no anonimato trinado
caída entre a erva e folha em branco
voam estrofes despidas
pelo único prazer de me desterrar
seus arabescos iluminam
atrás do vedor de um traço
o torpor de febre mendiga
no reverso da minha mão.
Sou eu o papel, a folha em branco
cardinais tumultos
orgia das palavras
que inauguram no meu ventre a hora primitiva
onde tudo acontece meramente.




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