MEU DERRADEIRO SONETO (e outro no rodapé: SOU IGUAL A TODOS: SOU ÚNICO)

Data 06/02/2011 01:00:51 | Tópico: Poemas

MEU DERRADEIRO SONETO

Se é mesmo pra fazer um soneto
Que ele seja de versos comoventes
Cheio de rimas inéditas e abrangentes
Fora de estéticas retas e catetos

Se é mesmo pra fazer um soneto,
Que seja daqueles de botar pra foder
Como fez Dante, Rimbaud, Mallarmé...
(não essas minhas patifarias sem jeito)

Recuso minha bizarra linguagem míope...
Não há asneira maior do que macaquear
O que outros tão bem souberam realizar

Portanto encerro neste soneto medíocre
Com arquitetura de Dick Vigarista
Minha dispensável carreira de sonetista



OBSERVAÇÃO: Por favor, este texto não pretende nada contra os sonetistas desta casa, alguns dos quais acompanho e aprecio bastante. Isto é apenas um opinião totalmente pessoal. Ah, aliás gosto muito de sonetos e para falar sério, este será o derradeiro até o próximo... Grato.

05/fev./2011 - 23h29m - horário do Brasil

Sabem, depois de escrever este derradeiro soneto senti-me bem, sei lá o porquê. E saiu esse outro texto aqui assim, rápido. Geralmente não publico de cara. Mas este eu vou postar. Vou deixar aqui junto com o outro. Acho que ficará num bom lugar.

SOU IGUAL A TODOS: SOU ÚNICO


Olho-me de cima
Do cimo
Do meu cúmulo

Consumo
O resumo,
O sumo
Do que vejo

Imagens
Obscenas e amenas
Fazendo gracejo

Meu reflexo
No espelho alto
Das colinas
Tem certo nexo...

No céu rarefeito
Tudo é límpido, raro,
Claro como um deserto...

O que constato
De mim
É um pequeno distrato...

Nem mais importa
O modo que me olhe:

Daqui
Sou ínfimo, descartável, barbitúrico
Sou cínico, mutável, mediúnico
Sou espasmódico, confiável, fútil
Sou sutilmente útil, módico, impudico
Sou múltiplo... Sou tópico...
Igual a todos e diferente de tudo...
Sou único...



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=174162