Somos a sombra abrupta insurgente Vagamos na cidade pelos botequins, Cabarés de segunda e névoa fina. Há um deserto físico, um buraco Falta coração, alma em descompressão. Sim porque o último vôo para o purgatório Foi abortado e nos resta apenas o vazio.
Somos a imagem e semelhança Seres em estado de decomposição. Inalamos a fumaça dos charutos dos Abastados. Nossos bolsos estão Furados, não há prata nem ouro. Vivemos á cata de tesouros perdidos, Migrando nas ruas, tentando ver o Brilho de uma lua que há muito se foi.
Somos um quadro negro em meio Aos out doors espalhados pelas avenidas. Os faróis em embate cegam-nos e Inanimados, entregamo-nos ao sono dos Injustiçados. Invisíveis corpos sem lugar Para pousar. Esperamos um novo amanhã, De luzes astrais, uma mão em meio á multidão a nos salvar.