Fechada em concha no mundo em si, Semeia côncava em solidão, sua doutrina Quando ferida pela poeira de um grão Não lamenta sua sorte: a ela, resigna-se.
Fechada em concha no mundo em si Não há submissão ao grão de impureza que lhe fere Reveste em camadas o ínfimo grão, de puro nácar. Na sabedoria de sua linguagem secreta
Fechada em concha no mundo em si, em convicção, por defesa, elabora sua criação, Na perfeição de suas próprias regras, seus preceitos, De sua nobreza em elevação, fazem brotar madrepérola
Fechada em concha no mundo em si Quando tocada em sua fragilidade, protege-se. No brio de sua determinação, em minúcias, o ensinamento A gestar da seiva, da magoa de suas entranhas, a pérola!
Lufague
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