
Morada
Data 08/02/2011 23:10:42 | Tópico: Poemas
| Será que anda a esperança morta Perdida pelos tortuosos labirintos? Acho que anda oculta atrás das portas Estendendo com afagos a seus amigos Seus inúmeros braços longos e famintos Passeando pelas densas e pálidas brumas Descobrindo e fazendo morada nos abrigos Ostentando sua roupagem cheia de plumas Suas botas colorais e seu chapéu colorido Se escondendo pelo interior das espumas Sujas de rua e de pétalas das rosas espinhadas...
Então crio uma ilusória e vã luz dos murmúrios Decadentes que sufocam os grunhidos, os urros Dos grilos e o alvoroço do canto da passarada... Me queimam a pele e o meu espírito inflama...
São lâminas de lágrimas pérolas pelas âmbulas Que vivem por entre o corpo das nuvens ciganas Que se movem, se envolvendo de substâncias pastosas Adentrando as entranhas e vísceras das sombras Todas de consistência estranhas e andróginas...
Trago minha garrafa carregada de fel e temores Sonhados do amor contrário embebido em sangue... Vem ornamentada pelas cores das corolas das flores Nascidas nos altos jardins das plantas de pele langue
Que inebriam e fazem o ser beber do seu próprio sangue Enquanto seus olhos são fosco pelas chamas das estrelas Caídas e trazidas pela mão do deus Zéfiro, deus do vento,
Deixando um louco caído na terra, que astros toca e beija Sem se importar com o toque fatal da mão do tempo...
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