Lembra-te da rosa envolta em arabescos? Sem absorver o orvalho, a brisa, o sol enfim, Tornou-se lívida - nada é mais grotesco! Era a mais bela rosa do jardim.
Mas teu louco ciúme a consumiu Tu temias a chegada de outros passarinhos A sorver dela o néctar e ela sucumbiu. Pensa no que ela sentiu sem ter carinhos!
Definhou. Suas pétalas macias secaram, Marcas a sua face meiga delinearam E aquela suavidade teve fim
Agora tu vens te penitenciar? Pois nem reza irei providenciar Deixa o que restou dela para mim!
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LOUVEM AS ROSAS
(PROPOSTA)
Levanta-te mulher! Rosa escarlate. Eis minha mão a livrar-te dos espinhos Seja deste louco poeta o baluarte. Prometo, na vida terás meus carinhos
Violas em serestas ecoam a louvar-te E na noite, teu perfume a embriagar. Meu olhar romântico a mirar-te Tu serás a mais formosa do lugar.
Em respeito à tão honorável dama Meu chapéu tentará encobrir a chama, Paixão que neste peito está a queimar. -------------------------------------------------
LOUVEM AS ROSAS (CONSAGRAÇÃO)
Cavalheiro, mui honrada ante a oferta Tuas carícias olvidam-me dos espinhos Em mesura curvo-me a teus versos, poeta Minha vida será trilhar em teus caminhos
Tu me fizeste serenatas à luz do luar Melodias que me fizeram renascer Diante de teus olhos tentarei não chorar Mas as lágrimas não se querem deter
Tanta admiração e acatamento Mas tu és todo meu encantamento O homem que sonhei para me amar
Então, deixemos de tantas formalidades Vamos viver esta doce realidade O leito nos aguarda, o altar pode esperar!
Essa série de poemas foram dedicadas a Toinho Pacheco