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    	Data 24/02/2011 20:58:24 | Tópico: Poemas -> Introspecção
 
  |  Quando todos os monstros, conhecidos ou ignotos, grandes ou pequenos, fanfarrões ou embrutecidos, juntos e sedentos, batem a tua porta, o que fazes tu nesta hora? 
  Te escondes num canto do quarto, encolhido e emudecido? Gritas ante o pavor  que sobe por tua espinha,  paralisando teus membros e arrepiando teus pelos? Seguras tua cabeça em redemoinho? Choras que nem um pequenino?
  “Quem tem medo do Escuro? Quem tem medo do Escuro?” Ouve-os segredando em teu ouvido, com total escárnio e zombaria.
  Então, te interrogo ainda! Quando todos os monstros teus, enfim reunidos e fortalecidos, batem a tua porta, questionando tuas virtudes, gritando tuas imperfeições, exigindo tua resposta para claras acusações, o que fazes tu neste sombrio e eterno minuto?
  “Para ti: já não há escapatória! Para ti: já não há justificações!” O que era obscuro, eles ora clamam ante a multidão.   E a tua réplica,  pela garganta subindo, tomando da boca o espaço  e como um queixume brotando, outra não poderia ser: “Já não há metáforas para ilustrar  o que, com temor,  não ouso sequer olhar”.
 
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