Devorando Homens

Data 26/02/2011 00:33:54 | Tópico: Poemas

Dorme o Rei-Astro-Labareda
Atrás das grandes cordilheiras,
Pelas espumas flutuantes das
Vagas borbulhantes dos mares...

Exalam essências oleosas das
Orquídeas pelos véus dos ares...
Desaba todo um mundo no mais
Absoluto... Escuro.

Pia um mocho na cal do muro...
Pelas ramas secas dos galhos,
Um corvo.

Treme tudo um urro cru e novo
Advindo das fendas rachadas
Que desnudam as ocultas entranhas
Das mais altas e frias montanhas.

Despertos estão os filhos da noite
Por um denso nevoeiro surreal,
Destilando inócuo veneno do mal
Em formas das mais negras sombras
Tatuadas em místicos e ocultos recantos,
Em paredes das mais obscuras cavernas.

Pássaros acinzentados e pardos ousam cantos
Raros, tristes e tétricos pelos esqueléticos
Cemitérios onde jazem os atléticos
Vermes sintéticos que a tudo consomem

Tendo como favorita sobremesa: homens,
Que nada são, apenas fertilizantes e adubos
Onde as veias são apenas tênues e frágeis tubos
Todos mortos pelo poder majestoso...Da língua

(Bipartida)

Pereceram todos lentamente, a míngua,
Atrofiados ( a mente) pelo próprio veneno...
Na expectativa de um huno ou grã-mongol
De que amanhã sempre nascerá um novo sol.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=177132