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 A quatro vozesData 17/09/2007 11:52:38 | Tópico: Poemas
 
 |  | Canto primeiro 
 Vem a borboleta da noite ao relento
 Brilha seu diadema de estrelas
 Solta asas douradas  nos céus
 Abre a claridade dos batimentos
 que se propagam na noite espectral.
 
 Despertam os seres noctívagos
 onde tudo é rumor, olhar, inumeráveis palpitações
 Cumpre-se a luz no seu Zénite em reluzente desnudar
 Como se dormissem levemente, entrelaçados, atentos,ao vibrar presente de apenas uma borboleta.
 
 Canto segundo
 
 Tudo é cariciados pelas tuas mãos.
 Surpreende-me, assobia ao meu ouvido.
 Abre a tua chaga de mil cantos
 com esta aliança pura de sangue, que te reclama
 Como se fosse uma conturbada nota, que muda de tom
 Não é dor, é doçura. É o amor que te enlaça por inteiro
 Ao roçar numa delícia ténue que jamais poderás esquecer
 O pacto sagrado, elevado ao canto confidente, que me imola.
 
 Canto terceiro
 
 Porque pensaste conhecer-me
 na tua solidão desamparada
 Esqueceste que o fogo é uma espaço que nos olha e nos despe
 Altera a matério e o destino.
 
 Não estranhes pois, que eu caiba no denso e tão breve clamor de um pavio
 Raptando instantes de vida para viverem comigo a minha vitória.
 
 Canto quarto
 
 Cascatas de amor parecem me deter
 Um obstáculo de fontes precipitam-se
 Brincam indolentes com o fogo que se avizinha
 Quem desposou a água com o fogo
 ungidos de terra e vento agreste
 para fecundá-los de um amor rebelde?
 
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