Morena Dos Olhos Endiabrados

Data 02/03/2011 22:23:06 | Tópico: Poemas

Morena dos olhos endiabrados,
Das mãos opostas as do rei Midas,
Do caráter tosco, tolo e ordinário,
Destruidora de céus e de vidas...

Quisera eu que tivesse morte comprida
Com o corpo coberto de chagas e mofino.
Quisera eu que eu esteja lá, assistindo,
O fim da tua existência vil e maldita.

Quem me dera tivesse meus pedidos atendidos,
Ver-te apodrecendo em cima de uma cama
Ou ardendo em pira funerária indiana...

Quisera eu que fosse num dia de domingo,
Que fossem as carpideiras, meus inimigos;
Seria a alegria do primeiro dia da semana.


Juro que te desejo tudo isso
E, acrescento, um tanto mais.
Porém o poema precisa ser findo.
Por isso te deixo ao julgo de Satanás.

Tudo isso,
Morena dos olhos endiabrados,
Das mãos opostas as do rei Midas,
Do caráter tosco, tolo e ordinário,
Destruidora de céus e de Adão,

Por ter maltratado meu coraçãozinho,
Que agora mais parece um menino adoentado,
Um imundo mendigo, um circo sem palhaço,
Num quarto imundo de qualquer pensão.

Esse texto é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais terá sido uma mera coincidência.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=177754