Desvendo em alegria este terno desejar.

Data 03/03/2011 12:35:36 | Tópico: Poemas




Desvendo em alegria este terno desejar.

A alegria de como o meu sangue ferve
nesta febre-oração dos dias em que me sacio
desta consolação feita de espera
amaciando o que vai corroendo
na esperança de ouvir a Tua voz
a falar-me do milagre que breve cobrirá o mundo.

Oh doce Espírito de amor!

Da ternura do teu olhar brotam flores
quais campos de violetas ao vento
a sacudir o polém e as sementes
que caiem e espalham-se para continuar a procriação.

Podem extinguir-se todas as outras flores;
mas das violetas, aos amores-perfeitos,
das margaridas, aos jasmins e ás rosas brancas,
poupai-lhes todas as dores que sejam abolidas
todas as sentenças, oh céus!!!

Não vedes que não posso ficar sem elas,
como vou enfeitar o meu olhar neste espanto
a triunfar jardins a explodir nestas flores
pela manhã a desabrochar, onde o meu olhar
se enamora na dobra das pétalas
qual pousar de borboletas, e líbelulas
a esvoaçar neste vaivém constante,
a abelha o pólen irá beijar
e dos beijos se fará o mel, com que te sacio
a boca meu amor.

Ah meu amor!

Que acordar tão delicioso, neste doce frenezim
despertada por ti neste suave e terno jeito
que são beijos a jorrar, neste perfume
que é o delírio de ti e de mim.


Minha mais doce sublimação, minha terna adoração,
cobre-me de lençóis castos, embrulha-me
em longos abraços.

Minha terna admiração, rasgo os olhos a decifrar-te
pasmo de contemplação ao observar-te o rasto
que deixas pelo chão pelas pétalas
que te caiem da alma, neste sismo que é o abalo
deste meu tormento-pesadelo, e assim me levas a passear
neste descanso em que os meus olhos,
apenas te cobrem e agasalham o teu leito coração!

Abençoa-me doce Espírito!

Alice Barros




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