Corvos Indecentes
Data 03/03/2011 14:30:39 | Tópico: Poemas
| Corvos buliçosos rasgam a pele e a mortalha das presas sem respostas às dúvidas do ser e não ser.
Ciscam as condolências em placas de prata, sugam a essência das flores abertas sobre as pedras.
Distante estou do olhar dos corvos. Astutos, calculam tempos gozozos, horas antes da ceia.
Às gargalhadas, bebem os vinhos mais caros, molham as bolachas secas no café amargo.
Assustam as crianças chorosas; são fantasmas vestidos de palhaços no olhar dos vivos e mortos.
Ah, esses corvos indecentes!
Atrapalham a vida, Desligam os faróis na passagem dos anjos, apagam as cores, fecham as janelas, espalham fezes no escuro das paisagens.
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