Não; ainda não é hora de partir, pois guardo intacto o sonho dentro de mim; e o mais que venha, será um caminho sempre a sorrir, em tudo que na ventura ponho, e a imaginação me mostre que tenha.
A razão não indagarei, serei livre, para ir na ilusão das ilusões, como quem olha ao espelho e vê um velho sonho, que não o prive, de pelo gesto atingir sensações, sem nem saber sequer o porquê.
Ao pensamento, imporei norma, dele não farei que seja meu senhor, como quando estou obstinado, e o próprio a mim me suborna, convicto de que nada tem sabor, sem o dito, predito, encimado.
De sentimentos (não sentimental), me porei ao dispor, por instantes – que eu não me posso fingir assim –, e serei então o mais natural (como sempre fui), em equidistantes linhas paralelas, que dirão de mim e de ti.
O amor há-de falar, sua moderação, não o algoz nem o vil preconceito, que traz distância aziaga às pessoas, será escorreito e no peito o coração, baterá todo um novo conceito – a momentos estarei lá, cantando Loas.
Agora sim; é hora de eu enfim partir, comigo o sonho sonhado que sonhei, estando bem desperto para a vida, retomando a Razão, que há-de advir, o pensamento, que sempre acalentei, os sentimentos, de uma vida vivida.
Jorge Humberto 03/03/11
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