NAS RUAS ESTREITAS DA VIDA

Data 06/03/2011 16:35:58 | Tópico: Poemas -> Reflexão

Nas ruas estreitas da vida
consumida
por egoísmos e autismos,
vai o vagabundo
de olhos rasos de água,
percorrendo seu pequeno
mundo,
calcorreando a vil mágoa.

Cristo na Cruz duma cidade
sem idade,
o ideário é o longo calvário
que ele enfrenta,
na diferença dos demais,
que o empurram pr'aquilo
que representa,
o figurar-se com os animais.

Maldito povo, arrogante,
humilhante,
co seus entes presentes,
fazem do pudor,
a sua dissemelhança fútil
e nascem os loucos na rua,
sem terem amor,
fingindo-se de algo inútil.

Alguém quer abusar de ti,
assim
sem longas nem delongas,
cuspindo na parede,
toda a sua sobranceria vã,
falta de solidariedade útil,
lançando a rede
ao errante e à nada manhã.

E o vagabundo dobrado,
entrecortado,
não vê a horizonte o monte
escolhido,
para ser livre novamente,
longe bem longe do Homem,
espargido
pelo Verso, unanimemente.

Jorge Humberto
06/03/11



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=178286