Nas ruas estreitas da vida consumida por egoísmos e autismos, vai o vagabundo de olhos rasos de água, percorrendo seu pequeno mundo, calcorreando a vil mágoa.
Cristo na Cruz duma cidade sem idade, o ideário é o longo calvário que ele enfrenta, na diferença dos demais, que o empurram pr'aquilo que representa, o figurar-se com os animais.
Maldito povo, arrogante, humilhante, co seus entes presentes, fazem do pudor, a sua dissemelhança fútil e nascem os loucos na rua, sem terem amor, fingindo-se de algo inútil.
Alguém quer abusar de ti, assim sem longas nem delongas, cuspindo na parede, toda a sua sobranceria vã, falta de solidariedade útil, lançando a rede ao errante e à nada manhã.
E o vagabundo dobrado, entrecortado, não vê a horizonte o monte escolhido, para ser livre novamente, longe bem longe do Homem, espargido pelo Verso, unanimemente.
Jorge Humberto 06/03/11
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