MARÍTIMO

Data 08/10/2006 23:11:40 | Tópico: Poemas

Velejo sem bússola, sem mapa,
Sem tripulação.
Meu mar é um pseudo-oceano,
Repleto de limites.
Evocando Netuno,
Procuro eliminar meus fantasmas
Em preces ocidentais,
Porque morrer uma vez já basta.
O contrabando que carrego
É minha própria incapacidade,
Pela qual nada paguei até agora.
Meu desenvolvimento é lento,
Mas constante.
Sou amiga do vento, do tubarão, do pirata.
Eu navego em silêncio
Para não ofender a tempestade,
Para não incomodar o horizonte.
A onda azul é meu travesseiro quando sonho.
O sal é bálsamo que acalenta meu sentimento órfão.
Não tenho aversão ao continente
Só que amo a inundação.
Não aprecio a praia,
A brisa mansa, o céu azul.
Amo o soberbo som marítimo
E sua majestade inquietante.
Só quem é do mar não me enjoa...


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=1784