A leoa fita a gazela tentadora e afia as ferras; A Europa rói-te até ao osso e de tanta dor berras. Tanto terror, tortura e guerras Espalharam-se nas tuas terras Que a cinza e a areia acabaram por se misturar Formando desertos que só Deus pode vislumbrar. Nunca esqueceste o que ninguém quis lembrar: A escravatura que dura E que te deixou na pele e na alma Uma cicatriz escura mal sarada. Sem ser fome, não se passa nada. Crianças bebem água na lama
Chorei lágrimas de tinta e escrevi o teu hino fecho os olhos e o meu coração bate ao teu ritmo: África, África, África___ África, África, África
Do barro, viste nascer Adão e Eva Entre a selva, o oásis e o deserto. No teu coração está a seiva Da vida e do destino incerto Do homem louco e ávido de poder Aquele que roubou os teus diamantes Bateu nos teus filhos e violou as tuas amantes. Aquele que jurou ser superior a tudo e todos Aquele que trocou o paraíso de Deus por um mundo de tolos.
Chorei lágrimas de tinta e escrevi o teu hino fecho os olhos e o meu coração bate ao teu ritmo: África, África, África___ África, África, África
Viste o mal a chegar, deslizando em cima da água E quando partiu só ficaram lágrimas e mágoa. Roubaram-te tudo, menos o encanto Hoje tens filhos em tudo quanto é canto Enquanto falo, Eles carregam a fadiga do teu fardo e espalham a magia do teu fado. Esquece a angústia e ouve a acústica: Minha musa, és música.
Chorei lágrimas de tinta e escrevi o teu hino. fecho os olhos e o meu coração bate ao teu ritmo: África, África, África___ África, África, África
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