Orvalhada manhã, gota a gota, salpica de róscido as flores, e traz vislumbres de nébula, que, qual mão gigante, avança pela floresta sem par, até encontrar o campo aberto, onde começa a se dissipar e a receber a luz fulgurante do sol primaveril.
Que adentro, na floresta, já sem orvalho, a tudo luz e reluz, fazendo renascer as flores, adormecidas na noite fria e sombria, tendo louva-a-deus a adorná-las, e pétalas abertas à corola, esperando os insectos e os seus pássaros polinizadores.
O prado enche-se de animais, na sua demanda pela comida, buscando os raios solares, para se aquecerem e saírem da letargia – assim como com as flores – da noite passada; voam alto nos céus aves de rapina, espreitando a caça, e mais abaixo cavalos trotam.
Num pequeno desvio um rio murmura águas bêbadas, pelo seu ziguezague tenaz e constante, para fugir dos seixos, que povoam o rio, no seu correr intransigente; e eu fecho os olhos, para absorver toda esta beleza palpável ao tacto das mãos.
Adormeço e de sonhos me cerco; tudo é cores e luzes, neste quadro natural, que age em conformidade com a Natureza e seus seres viventes – indígenas; e o sol torna-se mais forte e eu desperto fascinado a meio a tanta formosura.
Jorge Humberto 15/03/11
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