Se te peço que me olhes, dás-me as estrelas, para que eu possa vê-las; e eu subo ao imenso céu, mãos dadas contigo, e nunca me sinto sozinho.
Se te peço que me sorrias, dás-me intenso sol, e na lapela um girassol; e eu busco nos jardins, levando a tua sombra, os rastros de uma pomba.
Pomba da paz, se te peço, és tu quem me dás, cabelo ao ar, comigo atrás; revisitando estradas, granjeando longe o mar, para que te o possa dar.
Se te peço carinho, então tu dás-me o teu colo, aí onde um beijo meu rebolo; e eu feliz, procuro, em afã, teu corpo feminino, para te dar o meu, de menino.
Se um segredo me contas, eternizo-o em mim, e – sabes – só te o direi a ti; e quando um silêncio cavernoso te fizer chorar, eu hei-de (contigo) lá estar.
Se te peço um abraço forte, ainda que a soluçar, no peito se dará, o que é de dar; e limpando tuas lágrimas, acariciarei o teu rosto, melífluo correndo como mosto.
E, assim, pedidos feitos e concretizados, ao fim e ao cabo, estarás junto de mim; e eu saio por momentos, entregue à lembrança, que és tu, toda a minha esperança.
Jorge Humberto 18/03/11
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