
ROSAS E ESPINHOS
Data 25/03/2011 04:42:47 | Tópico: Sonetos
| Anseios repetindo a vida quando O verso sem sentido se transcende O mundo na verdade não ascende Ao todo que eu quisera bem mais brando, E sei do meu caminho desabando Enquanto o que pudera hoje recende Ao mundo aonde o todo não depende Do verso que tentara decifrando, Não prezo qualquer erro, mas revejo Tão somente as tramas do desejo Mudando a direção do vento na alma, Cerzindo ou mal tecendo este caminho Ainda que pudesse mais mesquinho Sequer uma esperança em vão me acalma.
Acalma-me saber do sonho exposto No olhar mais delicado ou mesmo manso De quem noutro caminho quando alcanço Deixando o meu anseio decomposto, Respiro com ternura e a contragosto A velha solução dita o remanso E nisto o que se fez enquanto avanço Repara este tormento em duro encosto. Refém do que deveras se fez tanto O verso sem saber por que garanto Do quanto se presume após o verso Desnudo o meu momento mais feliz E quando esta alegria não me quis O sonho perde o rumo no universo.
Dos universos tantos que pudesse Ainda ter no olhar e sendo assim O tanto quanto existe dentro em mim Marcasse com ternura a nossa prece, O verso aonde o tanto se obedece Vagando sem sentido até o fim, Negando cada anseio diz que vim Do tempo aonde em luz a vida tece, O marco em tom suave e mais constante Deveras novo rumo me garante, Não mergulhasse em vão e sem proveito Amante do vazio e do talvez O mundo que deveras se desfez Ainda mesmo assim o quero e aceito.
Aceites esta rosa ou este espinho Não deixe para trás qualquer relance E quanto mais a vida agora avance Expresse o seu anseio mais mesquinho, Não tendo outro cenário em descaminho O vento sem proveito nos alcance E quando na incerteza o que se lance Apresentando o tom duro e daninho, Restando qualquer tempo aonde um dia Vivera o que deveras deveria Tentando acreditar no que não veio, Apenas se resume em verso e medo A sorte aonde o mundo em paz concedo Tentando divisar qualquer receio.
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