
A ROSA SEM UM SANTO... EXUPERY
Data 25/03/2011 23:16:27 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Havia uma Rosa… despretenciosa que nunca a quis ser. Uma terna anti-Rosa que o destinho, ou sei lá quem, a tornava a ser. Rosa rubra brincalhona… alma pluma de criança – quem dera sempre a pudesse SER.
Ainda botãozinho em seu primeiro ninho… difícil crescer – Não! Sempre havia uma mão tentando-a embrutecer… murchar… recolher. Mão que nunca a cuidou sendo botão… nem Rosa… nem nada. Despretensão da Rosa que gosta de sonhar… Desproteção da mão que nasceu para a cuidar – Não! Cresceu… sem a proteção da mão. Havia apenas uma outra Rosa… já mais antiga que ela… pertinho da dor - Duas. Tão frágil quanto a outra… todavia caule perto… consolador – Dor. E a mão. Que a Rosa alma pluma sonhou… e transformou-a em proteção – Mentira. Que pretensão! Des-pro-te-ção. Sabem… aquela redoma de vidro... Ela também serve para proteger… Quando assume o seu ato responsável de proteger. Sem sufocar - Amar.
Tempo… Sol… Chuva. Água que lava a alma e brisa quente que aquece… igual colo de mãe. Cresceu. Largou-se botão… Rosa Rubra ela era. Bonita. Bonita… apenas um irrelevante detalhe para ela – Rosa – Chora. Ainda a brincar de ser pluma… leve… despretenciosamente distraída. - Ou seria distraída para sentir-se protegida? – Há alguém aí? Deste anseio não posso comentar…Um segredo que guarda a Rosa. Tornou-se intensa… e alguns a diziam até inconsequente… Imagina! - Alguém conhece uma Rosa inconsequente? Rosa é feita para doar-se… como presente ou sempre. Intensa. Deste anseio posso eu falar. Posso e poderei… Sempre.
Rosa precipitação – Fuga da desproteção. Rosa amor inteira – Em amor verdade… dois botões. Rosa… tempo… Rosa… Rosa a passar outonos – Sem paz. Rosa provocando invernos no mundo – Apenas no seu – Quem importa-se?
Primavera. Rosa encheu-se de vida! Ergueu-se caule forte… e viu a luz – Sol! Sol que brilha lindamente… muito. Sem tantos cuidados – Muito. Rosa queima-se… perde-se… perde. Rosa que não entende… Rosa que apenas sonha. Rosa que quer redoma. Esta… que nunca vem. Redoma que apenas brinca de ser… e apenas pousa. E quando apercebe-se – a Rosa – Não é redoma. É borboleta. Linda… encantadora… leve – Nunca fica - Finca. Rosa que olha a pseudo redoma… sempre borboleta. Que voa… a colorir os mundos – todos… com tons e cores de “Adeus-Rosa”. Rosa a clamar que ela fique – Proteção – pseudo redoma – Borboleta. Rosa crescida… doída… corrompida. Rosa que sonha… E apenas… E ainda. Sem redoma… sem pseudo redoma… sem borboleta. Rosa… apenas uma mulher.
Karla Mello Março/2001
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