
E SE EU NÃO FOSSE TALIBÃ
Data 26/03/2011 20:58:01 | Tópico: Sonetos
| O verso traz no verso o quanto verso E vivo tão somente o que imagino, Ou mesmo na verdade desatino Tentando atravessar cada universo E quando noutro tom tanto disperso O pouco quanto possa em meu destino Marcando com temor ou desatino Sentindo sem sentido o tom diverso. Apresentando apenas o que possa Vestir ou revestir em sorte nossa Do quanto se tentara e nada vira, Apenas num errático momento Meu sonho noutro sonho eu alimento Do sonho aonde ponho a luta em mira.
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Arranco os olhos quando em horizonte Alheio ao que receio e não mais pude, Adentro o quanto resta em juventude Ainda quando o quadro desaponte, E sei do que pudera em novel fonte Temáticas diversas; sendo rude O tempo em voz apática não mude O prazo sem ocaso onde desponte. Meu medo em arremedo ou tédio eu tramo E clamo sem temores os vestígios Premeditando então tolos litígios Tentando derrubar ao menos ramo. Apreços sem sanar velho adereço marcando o quando insano hoje me esqueço
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No prazo desvendado pelo caos Os olhos entre os óleos mais distantes Nos ermos de meus dias tu garantes De escadarias torpes os degraus, Heréticas loucuras, rumos maus, Os termos onde temos inconstantes Anseios entre tantos delirantes Pousando nos dispersos vários graus. Alcanças entre lanças, arcos, setas E tanto quanto possas; pois completas Os tentos onde tento estar atento, Nevrálgicas verdades se repetem E o quanto poderia e não se vetem Os términos em rude alheamento.
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Espraio dentro em pouco ou mesmo quando O medo se transcende e nada trama Apenas a verdade feita em drama Da chama pouco a pouco se apagando, No canto destes olhos desvendando O mundo aonde esconde o que reclama Da clava ou desta lava lavo a lama E nela novamente me entranhando Sem métrica se é tétrica a paisagem, O preço em adereço na bagagem Escolta o que revolta e solta o sonho Assaltando a gramática por vezes Enfrento o meu atento, mas medonho Cenário onde se queira além de reses.
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Das crases e das fases fazes tanta Questão entre estas frases mais sutis, E quantas vezes vejo e sempre quis O tempo contratempo que agiganta. Às vezes sou deveras simples planta E bebo deste modo ou por um triz Um gole de xerez ou mais não fiz De um canto aonde encanto não garanta. Aberrações diversas verso quando O vento noutro tempo desenhando Arcando com as barcas, arcas e ermos, O fato de poder e não mais termos Sequer os velhos termos desde o fato Aonde a sensação atroz; constato.
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Telúrica paisagem do que um dia Pudesse desejar o mar em mim, E sei do senso imenso e dele vim Tentar ou tatear o que seria Servindo como tom em harmonia O prazo sem ocaso não traria Sequer o que se quer e traz enfim Gerando da esperança este motim Erguendo muito além do quanto havia. Acrescentando ao passo o lasso laço Castrando qualquer traço de infinito E tanto em desencanto acredito Movendo o que pudera mais escasso. Este estrambote em bote trama e estenda Além do que coubera em tal contenda.
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Capacho? Já não acho, sendo um facho De lúbrica vontade em heresia Jejuo toda noite em noite e dia Procuro a companheira, inútil cacho, E tanto quanto tento ou mesmo agacho E desta sensação ação jazia No canto em desencanto ou agonia No rancho o gancho expressa o velho tacho E taxo com meu sonho sem presença A lida quando acida e não convença Apenas destas penas vejo plenas Vontades e jamais as saciasse Do mundo cada engano diz repasse Das ânsias onde tanto me envenenas.
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Apresso sem ter preço o prazo e traço Do canto em desencanto ou mesmo após A sorte desconforte e trame em nós O quando desejei e sei escasso. Realço com meu verso este cansaço Tentando tatear em vários nós A vida desenhando contra e prós Depois do que pudera e não desfaço Disfarço muito bem ou mesmo queres As sombras dos anseios e se esperes Apresentando em circo o ser bufão. E largo o sentimento ora de lado E bebo com fineza este pecado Orgástica e bombástica versão.
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Ainda que não fosse um talibã Enfrentaria o reino dos ianques E mesmo quando o sangue agora estanques A sorte se desenha sempre vã. Descerebrado sonho num afã Apresentando contra os tantos tanques O quanto com destreza enquanto banques Valendo em minha face cada cã. O mar quando se imanta em ânsia e trança Vagar por entre noites também cansa E dança em arvoredos, ventos vagos. Arcando com arcanjos, querubins Meus dias e teus dias são afins E geram sem temor vários estragos.
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Poupasse desta opaca noite o quanto Embeba esta aberrante cor que trazes Deixando no passeio anseio em frases Diversas que tento e não garanto. Arcando com o parto e sem encanto As horas entre floras são tenazes Aonde se enfiasse tantas crases Apenas para além a queda espanto. Negociar ou mesmo na falseta O quanto do meu canto me acometa Cometas desenhando em céus os traços Dispersos do que possa em claridade, Ainda se traduz em torpe grade Os dias onde vias tons devassos.
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