Momentos sentidos
Data 29/03/2011 18:15:46 | Tópico: Prosas Poéticas
| Já na ilha que me viu nascer, nessa ilha enfeitiçada pelo mar, onde as ondas trovam os amores que outrora aportaram nas bacias cálidas das encostadas sensuais e na suavidade dos cânticos serenos das gaivotas sedutoras, reflicto
Na mente, trago as cores cheias de aromas quentes de calor humano, áureas de corpos vivos na relação afável de serem gente, na amizade com que nos tornamos simplesmente pessoas.
Mas no corpo um aperto, estrangulando a emoção de ser e no peito um agasalho que escasseia num frio latente falto de ti, na ânsia sombria de não te ver.
No olhar, o brilho opaco do teu, que alaga o horizonte, sempre que me movimento em direcção a mim.
São desânimos, reflexos de quereres que ficam presos aos gestos do corpo ansioso.
São silêncios que percorrem os espaços ruidosos de outros, silêncios que se agarram aos trejeitos dos meus lábios sorridentes.
Nem eu saberia os actos correctos que me levariam à produção de palavras, na compreensão dos vocábulos pronunciados. Por isso os silêncios permanecem nas bocas falantes, por ai nos vocábulos do tempo
Volto com a sensação incompleta de que o meu ser flutua… no céu que te cobre como uma porta fechada à minha frente.
A vida é uma metáfora que se desdobra aos olhos de quem a sente, surpreendendo-nos e desgarrando-se dos pensamentos visionados.
Permaneço nesta insónia colorida que cobre o meu corpo de silêncios de todas as cores, esperando pelo amanhecer carregado de electricidade relampejante que me torne viva.
A noite desvanece nas horas lentas do tempo. Coberta com o peso de todos os silêncios, adormeço nos braços de um novo amanhecer.
Escrito a 29/03/11
Obrigados amigos pelos belos momentos que passamos juntos num dia repleto de sentires, em que a amizade nas palavras permaneceram integras nas relações abertas em nós
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