Prisioneiro

Data 31/03/2011 23:54:41 | Tópico: Poemas

E foi prisioneiro de mim
Em algemas de cortinados remendados
Que na minha cárcere
Descobri uma frincha larga
Por onde espreitei curioso
Entre as manhãs e os poentes
E com um pincel de raios de luz
Pintei a miragem de amargura
Dos tempos que nascem
Da condenação a pseudo liberdade
Que arrasto e que me esmaga
Das lágrimas que se me congelam
Da força que me abandona
Quando em espasmos de gana louca e raiva
Me atiro às grades desta cárcere
De mágoas embalsamadas.
Então gritei histérico e danado
Esmurrei paredes e mordi fantasmas
Arranhei e rasguei espectros e miasmas
Mas finalmente exausto
Deixei-me cair chorando
E resignei-me enfim a dar a mão
E a imitar os que submeteram rendidos
Ao espaço e às leis corcundas da prisão.

Mas na revolta latente
Da humanidade decadente
Um pequeno catalisador
Como por magia
O inferno em paraíso tornaria.







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